Marie McDonald, a atriz que colecionava escândalos

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A carreira de Marie McDonald parecia promissora, mas foi atropelada por vários problemas pessoais que incluíam uma presença constante nas manchetes sensacionalistas.

Provavelmente você nunca ouviu falar de Mary McDonald. Mas essa matéria é muito boa para você conhecer alguns aspectos dessa atriz que nunca conseguiu o sucesso de fato.

Cora Marie Frye nasceu em 6 de julho de 1923 na cidade de Burgin, cidade localizada no estado de Kentucky. Sua avó era cantora e sua mãe Mary fora uma das dançarinas de Ziegfeld. Com o divórcio dos pais, a família se mudou para Yonkers. A garota tinha o sonho de se tornar jornalista, mas foi incentivada desde cedo a entrar para o show business.

Com 15 anos Marie abandonou os estudos. Nos meses seguintes participaria de vários concursos de beleza, incluindo o de Miss Nova York. Com 17 anos entrou para o coro de Earl Carroll’s Vanities, se apresentando na Broadway também com George White’s Scandals Of 1939. Nesse período, mudou-se para Los Angeles, para tentar a carreira como atriz. Ela partira com seu então namorado, o também ator Richard Allord. O casamento seria anulado poucas semanas depois dela descobrir que o anel de diamantes que ele lhe dera era falso.

Enquanto fazia testes, seguia dançando, dessa vez no The Florentine Gardens. Tommy Dorsey a contratou para se apresentar em seu programa de rádio em Nova York. E foi quando trabalhava como cigarreira em um clube que foi vista por um caça talentos. Finalmente, em 1942 conseguiu um contrato com a Universal, e em seguida a Paramount. Foi quando conheceu seu novo marido, o agente Vic Orsatti. Os dois se casaram em 1943 e o casamento durou quatro anos.

Em  Getting Gertie’s Garter (1945) recebeu um dos poucos papéis de protagonista. A atriz apareceu em títulos de filmes B na maior parte do tempo. Em 1947 apareceu em Vida à Larga (1947), ao lado de Gene Kelly, mas o filme foi um retumbante fracasso. Tão grande que a MGM a culpou por isso. E de fato, este é um dos mais desconhecidos de Gene Kelly (eu mesma não o conhecia). Aborrecida como fato, Marie comprou seu contrato. Nesse mesmo ano casou-se com Harry Karl.

Ela era muito bonita. Tão bela que serviu de inspiração para princesa Aura de Flash Gordon. No período da guerra, se tornou uma das pinups preferidas dos soldados, posando em várias revistas. Em 1957, gravou um LP para a RCA Vitor entitulado “The Body Sings”, e partiu para uma turnê mundial. Ela também participou de O Rei dos Mágicos (1958), filme de Jerry Lewis onde interpretava a sexy personagem Lola.

Casamentos turbulentos e problemas na vida pessoal

Marie chegou a dizer certa vez que não tinha ilusões quanto a fama e que preferia um grande amor: “Quando uma mulher está apaixonada, ela está realmente vivendo aquilo. Mas quando não está, não existe. O amor é mais importante para mim do que o sucesso.

E falando em amor, sua vida amorosa foi bem movimentada. Seus romances fora das telas foram mais famosos que os trabalhos que fez. A atriz casou-se seis vezes, duas com o mesmo homem. Após Richard Allord e Vic Orsatti, conheceu o milionário Harry Karl. Ela teve problemas para engravidar após ter feito vários abortos. Decidiu então adotar duas crianças: Denise (em 1951) e Harrison (em 1954).

Harry Karl, Marie e dois de seus filhos

Marie sofria com vários problemas de saúde que incluíam úlceras e desmaios e estava completamente viciada em medicamentos quando engravidou em 1954. Durante a gravidez, pediu o divórcio, alegando “enjoo” do marido. Poucos meses depois, a criança nasceu morta.

Marie e Tina

Poucos meses depois o casal voltou a se unir, realizando um novo casamento. Em 1955 a atriz engravidou novamente, mas o casamento não era um conto de fadas: após uma briga, Harry a espancou, quase fazendo-a perder a criança. Tina Maria nasceu em 18 de setembro de 1956, mas seus pais não estavam mais juntos. No divórcio ela alegou que era “alérgica a esse marido”.

O uso de medicamentos controlados durante a gravidez fez com que a criança nascesse com problemas e precisasse ficar vários dias na incubadora. Tina também teve sérios problemas de desenvolvimento cognitivo. O casamento de Marie com Harry serviu de inspiração para o filme Uma Loira em Minha Vida (1991).

A propósito, Harry Karl mais tarde se casou com Debbie Reynolds. Segundo Carrie Fisher, filha de Debbie, o padrasto, dono de uma loja de sapatos levou sua mãe à ruína e a deixou cheia de dívidas.

Marie ainda se casaria com Louis Bass (de quem se separou 10 meses depois alegando que ele era entediante), Edward F. Callahn e Donald F. Taylor, que conheceu nos bastidores de seu último filme, Promises ….. Promises! (1963). Ele era o produtor da comédia protagonizada por Jayne Mansfield.

Além de seus casamentos oficiais, Marie também namorou com o milionário cubano Jose Noval, o mafioso Benjamin “Bugsy” Siegel, o cantor Eddie Fisher (na época casado com Debbie Reynolds) e Michael Wilding (quando este acabara de se divorciar de Elizabeth Taylor). Só essa vida movimentada fazia com que o nome da atriz estivesse sempre nas colunas de fofoca do cinema.

 

Mas Marie também se tornava notícia nas páginas de notícias. Uma vez foi encontrada de pijama numa estrada deserta, e afirmou que havia sido sequestrada. Isso ocorreu em 1957. No fim do casamento com Harry ela teve depressão e chegou a tentar o suicídio em 1958. Pouco tempo antes tinha sido manchete de jornais quando bateu seu carro em uma árvore. Em 1963 teve um colapso nervoso e foi internada em uma clínica psiquiátrica. Após alguns dias fugiu e foi presa mais tarde após falsificar uma receita.

A atriz faleceu em 21 do outubro de 1965 após sofrer uma overdose de percodan. Ela tinha apenas 42 anos e estava em sua casa na Califórnia. Seu último marido, Donald F. Taylor cometeu suicídio três meses depois. Após a morte de Marie, Debbie Reynolds criou seus filhos durante um tempo, apesar das reclamações do pai das crianças.

Marie McDonald em Living in a Big Way (1947)

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