Charles Boyer deixou sua marca registrada nos filmes em que atuou, tanto na Europa quanto na América. Era tímido durante a infância, traço que carregaria durante toda sua vida. Mas desde cedo mostrou-se empolgado em atuar em pequenas peças. Dedicando-se ao teatro, deixou sua casa em Figeac e mudou-se para Paris, onde terminou seus estudos. Em 1920 o futuro ator começou a trabalhar sua aparência, dando-lhe um ar de romantismo que era aprofundado com sua voz grave e ao mesmo tempo doce. Foi o suficiente para que começasse a chamar a atenção de diretores e colegas. Após algumas incursões no cinema mudo, resolveu se mudar para os Estados Unidos.
O francês não era perfeito, contudo. Logo cedo se tornou calvo, disfarçando com o uso de peucas. Ele também não era alto, e tinha uma pronunciada barriga que disfarçava com uma cinta. Mas, segundo Ingrid Bergman era um gentleman, e um dos atores com quem mais gostou de atuar. O ator recebeu quatro indicações ao Oscar (Conquest, Argel, Gaslight e Fanny) , e em 1943 ele recebeu um Oscar honorário por sua participação nos filmes.
Um Homem de Teatro
Na década de 40 ele dedicou-se a produções de rádio. Em 1947 ele deu vo ao personagem Daniel Gregg de The Ghost and Mrs. Muir, personagem interpretado no filme homônimo por Rex Harrison. A partir da década de 50 estrelou algumas adaptações para a TV como There Shall Be No Night , de Robert E. Sherwood . Também nessa década dedicou-se ao teatro, estreando em 1951 na Broadway com Don Juan in Hell, ganhando o Tony Award especial. Mais tarde atuou também nos palcos de Nova York e Londres.
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Um Gentleman apaixonado
Entre as colegas de trabalho Charles era conhecido por seu profissionalismo. O ator contracenou com grandes atrizes na vida, como Bette Davis, Heddy Lamarr, Ingrid Bergman e Irene Dunne, e sempre conseguia roubar a cena. Ele passava credibilidade em seus personagens, quando fazia vilões ou personagens românticos.
Boyer era constantemente escalado para fazer franceses românticos. Ele próprio era um grande romântico. Conheceu sua esposa Pat Paterson em uma festa em Hollywood, se casando pouco tempo depois. Ele que sempre foi discreto em sua vida particular. Na verdade ele dedicou-se devotadamente ao casamento com Pat. Juntos tiveram um filho, Michael, que se suicidou. Quando Paterson ficou doente em 1970, Boyer escondeu a gravidade da doença para ela, e optou por fazer o resto da vida que lhe restasse, alegre e bonita. Após a morte da esposa, ele tirou a própria vida, incapaz de viver sem ela.