All That Jazz – O Show Deve Continuar (1979)

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A primeira vez que tive contato com Bob Fosse foi quando o vi dançando em O Pequeno Príncipe (1974). Ele interpreta a serpente, que como quem não quer nada, envenena a criança. Eu não sabia, mas se tratava de um dos maiores dançarinos que Hollywood já vira. E viria para renovar com coreografias modernas e luxuosas, que encantam até hoje com seu estilo. Fosse foi inovador em diversos aspectos.

Suas danças incluíam o uso de objetos e também variações de dança nunca antes utilizadas. Além disso, ele uniu o melhor da dança clássica hollywoodiana com passos modernos, meticulosos e lentos.

Bob começou a carreira ainda nos palcos, ao lado do dançarino Charles Grass, mas logo se uniria a Mary Ann Niles. Dean Martin e Jerry Lewis lhe deram a primeira chance no programa Colgate Comedy Hour e era só o pontapé que ele precisava para iniciar uma carreira de sucesso nos palcos, como coreógrafo, ator, diretor e produtor. Ao total ele iria dirigir apenas cinco filmes entre 1969 e 1983, sendo o maior de seus sucessos Cabaret.  mas em 1979, ele lançaria All That Jazz (1979), um psicodélico filme que mostrava que o diretor ainda estava afiado embora tratasse de um tema até certo ponto forte. Mesmo assim, é um filme que ama-se ou odeia-se em demasia. Sem meio termos.

O filme que recebeu o título nacional de O Show Deve Continuar (1979) traz a história psicodélica de Joe Gideon (Roy Scheider), um coreógrafo que está à beira da morte. E enquanto agoniza, recebe constantemente a visita da morte, interpretada de maneira absurdamente medíocre pela ainda fraca Jessica Lange. Antes que os fãs me matem, calma, explicarei.

Vale lembrar que Lange ainda dava seus primeiros passos e não deve ser levada muito à sério em suas primeiras participações. Não se você a amar.  Sua presença ali também se explica pelo romance que tinha na época com o diretor. Mas suas poucas presenças, sob a personagem da morte causam ligeira vergonha alheia, tanto que nem ela gosta de lembrar disto.

Joe é um homem fraco, viciado em drogas, cujo coração fraqueja enquanto lida com o fracasso de homem que foi e a eminência do final de sua vida. Enquanto isso, o trabalho continua e um grande show é ensaiado. É a deixa para que as coreografias sigam seu percurso, como a vida. Com Joe, Bob assumia uma parte semi biográfica de sua própria história, e como se enxergava dentro dela.

O filme, ele traz bons momentos, sobretudo as coreografias mágicas que tinham o selo Fosse de qualidade. Ele tinha o dom de nos congelar diante delas.  O Show Deve Continua também contou com a presença de pessoas importantes na vida do próprio Fosse, como Gwen Verdon, sua ex-esposa com quem permaneceria casado até o final da vida.

All That Jazz, assim como Cabaret, não passou em branco: dos nove Oscars indicados, recebeu quatro basicamente técnicos: o de melhor música, figurino, direção de arte e edição. Roy Scheider, o alter ego de Fosse, e o próprio Fosse, perderiam nas categorias de melhor ator e diretor.

 

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