25 de abril de 2025

Desbravando o Oeste (The Way West, 1967): A Épica Jornada Pioneira pelos Territórios Inexplorados

“Desbravando o Oeste” é um clássico do faroeste de 1967 que retrata a coragem e os desafios dos pioneiros em uma jornada épica rumo ao desconhecido no Velho Oeste.

The Way West, 1967

Andrew V. McLaglen dedicou boa parte de sua filmografia ao gênero que mais amava: o western. Discípulo do mestre John Ford, dirigiu suma primeira produção em 1957: Atirar para Matar (Gun the Man Down) não era um grande filme, mas agradou aos fãs do gênero. Após fazer algumas incursões na televisão, o diretor voltou-se novamente ao cinema na década de 60. Já com uma boa bagagem, lançou filmes bem populares e que traziam grandes astros: O Preço de Um covarde (com James Stewart, 1968), A Brigada do Mal (com William Holden, 1968) e Quando um Homem É um Homem (com John Wayne, 1963). Desbravando o Oeste (The Way West, 1967) também faz parte desse seu período:

O senador William Tudlock (Kirk Douglas) precisa levar um grupo de colonos para o Oregon através de um longo percurso. Para que isso seja possível, pede a ajuda de Dick Summers (Robert Mitchum), um guia experiente, porém doente e deprimido após a morte da esposa. William consegue convencê-lo e inicia-se uma longa caminhada, com vários desafios, romances, desilusões e perdas. Com o convívio constante, fica claro que a personalidade problemática de cada um aparece. William se desentende constantemente com Lije Evans (Richard Widmark), que tem ideias diferentes do senador, mas que também deseja chegar ao local e manter sua família.

Desbravando o Oeste se passa em 1843 e traz cenas muito fortes que envolvem mortes acidentais e enforcamentos. O modo de vida no velho Oeste não parece muito justo, as leis buscam frear os instintos de seus habitantes. E seguindo a tradição dos westers, índios são considerados os malvados da história e as personagens femininas secundárias e assustadas e subjugadas. Mas estamos na década de 60 e o gênero repetia a fórmula de sucesso adquirida ainda na década de 30. Sally Field fez sua estréia no papel de Mercy McBee, uma jovem cheia de energia. Sua liberdade não é bem vinda pelos pais, que julgam que ela deve se casar o mais urgente possível, antes que “algo de ruim aconteça”. Bem, acontece, ela se envolve com um homem casado e cria uma situação péssima com a esposa deste, interpretada por Katherine Justice. No final, ambas se sentem culpadas pela desfecho de tudo. Bem, estamos nos faroestes.

É um bom épico que repete um tema constante sobre caravanas de colonizadores que atravessam terras para chegar ao tão almejado lar. Porém traz uma fotografia espetacular assinada por William H. Clothier. É possível vislumbrar belos registros das planícies do velho Oregon.

Algumas curiosidades: Essa foi a segunda vez que Kirk Douglas e Robert Mitchum trabalharam juntos. A primeira foi no noir Fuga do Passado (Out the Past, 1947), um dos primeiros da carreira de Douglas. Mitchum e Widmark tinham algo em comum: também não se davam bem com Kirk Douglas, que assim como seu personagem, gostava de ditar ordens e ter o controle do filme.

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