12 de março de 2025

Drugstore Cowboy (1989)

O grupo se sente livre, mas na verdade encontram-se presos a um vício que acaba impedindo-os de viver plenamente, mudando-se constantemente de endereço enquanto são perseguidos pela polícia. E eles usam de tudo, desde remédios prescritos até outras mais fortes. Quando não estão na ação, dividem o tempo numa rotina sem atrativos, presos à tv  e à espera de mais um assalto. Nem mesmo o sexo chama a atenção de Bob, que mesmo tendo uma bela namorada, constantemente está mais alto e busca prazer unicamente nas drogas.

Um dos grandes lances de filmes lançados a partir do final da década de 60, a chamada Nova Geração, é a desglamourização de personagens e a possibilidade de não termos roteiros baseados em mocinhos e vilões. Essa nova geração traz personagens reais que poderiam ser nossos vizinhos (ou nós mesmos), e finais que não necessariamente são motivacionais ou corretivos, como estávamos acostumados a ver em filmes mais clássicos. O choque de realidade trazido por jovens diretores nos permite análises mais críticas com relação ao roteiro, que não necessariamente traria finais fechados.  Nesse ponto Drugstore Cowboy faz uma boa leitura sobre essas pessoas quase zumbis que pensam direcionar suas vidas quando na verdade estão tão presos quanto aquelas que passam suas existências dentro do sistema. Tédio e inconstância que toxicodependentes poderão entender bem. Para Bob há ainda a possibilidade de tentar deixar esse mundo insano. Mas não há saída para muitos outros.

Algumas curiosidades sobre o filme segundo o IMDB:- Segundo Matt Dillon, este é seu filme preferido dentre os que ele fez.
– O roteiro foi baseado na história de James Fogle, um viciado que roubava farmácias.
– Os papéis de Bob e Dianne foram oferecidas para Bob Dylan e Patti Smith .
– Escolhido pela revista Entertainment Weekly como um dos 50 melhores filmes independentes.
– Este filme foi escolhido pela revista Premiere como um dos “100 Filmes que abalaram o mundo” em sua edição de Outubro de 1998.
– Está incluído entre os “1.001 filmes que você deve ver antes de morrer”, de Steven Schneider .