Eu Te Matarei, Querida! (1952)

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Existem alguns tesouros escondidos, filmes que caíram no esquecimento mas que possuem uma importância que ultrapassa a barreira do tempo. E por muito tempo My Cousin Rachel, foi um deles. O filme, dirigido por Henry Koster, diretor responsável por filmes como Meu Amigo Harvey (1950) e Um Anjo Caiu do Céu (1947) está sendo lançado pela Obras Primas do Cinema, em um charmoso dvd que traz ainda um card do filme.

My Cousin Rachel é uma adaptação do best sellet escrito por Daphne du Maurier. Alfred Hitchcock era particularmente um fã da escritora e chegou a fazer alguns filmes adaptados de seus livros, como Rebecca e Os Pássaros (inspirado em um conto escrito por ela).

Eu Te Matarei Querida (1952) traz uns dos títulos mais estranhos em português e conta uma história ambientada na década de 1830 em Cornwall. Philip Ashley (Richard Burton) é criado por seu primo Ambrose desde a infância, após a morte de seus pais. Um pouco mais tarde, Ambrose parte para outra cidade em busca de tratamento para uma doença. Pouco tempo depois surpreende o primo enviando uma carta onde conta que se casou com uma jovem chamada Rachel (Olivia de Havilland). Logo em seguida Philip recebe a notícia de que ele faleceu. Suspeitando de que a esposa é a verdadeira culpada da morte de Ambrose, o rapaz parte em busca de vingança, mas ao vê-la seu coração bate mais forte: ele também se apaixona por ela. 

Daí por diante o filme desenrola-se num clima de tensão constante. Será Rachel culpada de assassinato e está também enrolando o jovem herdeiro Philip em sua teia? O jovem descobre que ela já era viúva antes de se casar com seu primo. Será ele o próximo a morrer nas mãos dessa provável viúva negra? O tom sombrio da casa de Philip contribui para o efeito assustador da dúvida. Burton em seu primeiro papel em terras americanas está perfeito como o jovem atormentado e Olívia de Havilland, como sempre, demonstra firmeza no papel que passou para suas mãos após ter sido recusado por Vivien Leigh e Greta Garbo.

O rosto quase impassível de Olivia de Havilland aumenta o terror ao não demonstrar tanto sentimentalismo. Ela não chegou a receber nenhuma premiação mas seu companheiro de cena, Richard Burton, curiosamente foi indicado ao Oscar de Melhor ator coadjuvante, embora apareça em quase todas as cenas. Isso acontece porque Olivia de Havilland, apesar de não aparecer tanto quanto ele, era a estrela principalto ganhar. O ator, que nessa época ainda não tinha sido reconhecido por seu evidente talento, não chegou a ganhar o Oscar mas recebeu o Globo de Ouro de revelação masculina. Outros destaques do filme são a fotografia em preto e branco e os figurinos, desenhados por Dorothy Jeakins e Charles Le Maire.

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