Frances (1982)
Talvez você nunca tenha ouvido falar de Frances Farmer, mas se eu fosse lhe apresentar, diria que foi uma mulher cheia de sonhos, de posições firmes e que não se adaptou ao mundo irreal do cinema. A atriz conheceu relativo sucesso durante sua meteórica passagem pelos filmes, e chegou a estrelar ao lado de Cary Grant e Tyrone Power, e no seu primeiro filme era apontada como a nova Greta Garbo. Desde o princípio, porém, ela não aprovava o star system (sistema das estrelas), e achava mesmo difícil se adaptar a roteiros fracos e sem conteúdo, negando-se muitas vezes a posar para fotos como starlet.

Frances não conseguiu aproveitar plenamente a fama que lhe chegava e seus fantasmas internos afloraram com o tempo e a pressão. Ela era considerava anti-social em um mundo que engolia sem mastigar. Infelizmente sua fama quando chegou até nós foi através de seus posteriores problemas com alcoolismo e constantes internamentos psiquiátricos. Há boatos sobre uma violenta lobotomia a que teria sido submetida. Incompreensão, injustiça e problemas com bebida fazem parte de sua biografia.
Em 1982 chegou às telas “Frances”, dirigida por Graeme Clifford. Adaptada de uma biografia ficcional escrita por Arnold Shadowland, o roteiro foi escrito a três mãos, por Eric Bergren, Christopher De Vore e Nicholas Kazan (filho de Elia Kazan). Claro que como uma biografia ficcional de uma pessoa real traz alguns incômodos, como a pretensa relação doentia da atriz com sua (malvada) mãe, e o longa compra a ideia de que a atriz realmente foi submetida à tão temida lobotomia. Mas olhando sob um viés puramente ficcional é possível tirar momentos de pura emoção.
