Mil Séculos Antes de Cristo (1966)

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Os estúdios Hammer se tornaram famosos pelos filmes lançados entre os anos cinquenta e sessenta e que revisitavam clássicos do terror americano como Drácula, A Maldição de Frankenstein, O Vampiro da Noite e A Múmia. Aproveitando seu caráter experimental, lançaram também essa grande pérola do cinema, One Million Years B.C., que no Brasil tem pelo menos dois títulos: Um Milhão de Anos Antes de Cristo e Mil Séculos Antes de Cristo.

Você pode pensar que a película foi um motivo para mostrar as belas coxas de Raquel Welch, sim, é. A Hammer espalhou cartazes com a bela atriz para chamar a atenção. Mas não é só isso. A história é realmente interessante, apesar de quase não ter diálogos ~ homens da caverna, lembra?

Primeiramente, esqueça o caráter fantasioso do filme, afinal, ficção e fantasia são dois pontos que combinam muito bem, e não estamos falando de uma história real. Portanto, não se assuste se ver homens fugindo de tartarugas gigantes ou enfrentando dinossauros. Também não ache estranho todos estarem devidamente trajados com tangas e vestimentas que ornam seus corpos esculturais e as moças devidamente maquiadas e com o cabelo armado. Faz parte da magia.


Aqui temos a história de Tumak (John Richardson), um caçador que é expulso de sua tribo depois de desentendimentos com seu pai. Sozinho, começa a vagar pelas terras e sofrendo muitos perigos. Até que um dia é resgatado por uma tribo formada de pessoas nórdicas, com leis próprias baseadas no respeito e muitas louras lindas. No meio deles, nosso anti-herói descobre o amor quando conhece a bela e apaixonante Loana (Raquel Welch). Com armas mais fortes, ele retorna à sua tribo e resolve desafiar Akoba, levando ao seu lado Loana.


O grande destaque do filme são mesmo os efeitos especiais realizados por Ray Harryhausen, parceiro de longa data do produtor Charles H. Schneer. Ele se tornou conhecido por sua técnica em stop motion e emprestou sua arte para filmes como Fúria de Titãs. É através dele que temos as visões ~ assustadoras ~ dos dinossauros realizadas na técnica Dynamation. Ele também utilizou animais verdadeiros, como as cobras, iguanas e tarântulas, transformados em animais gigantes pelos efeitos.

A retratação das duas tribos mostra bem um retrato que nem adianta problematizar muito, mas está muito na cara para não enxergar: a tribo morena tem o caráter duvidoso e a loura traz uma civilização mais avançada.

Segundo Harryhausen: “Fizemos esse filme para os jovens se divertirem e não para professores exigentes.”. E é isso mesmo. Remake de O Despertar do Mundo (1940), que trazia Victor Mature e Carole Landis no elenco, Mil Séculos Antes de Cristo foi a produção número 100 da Hammer. O filme realmente funciona bem, e garante bons momentos de diversão retratando uma sociedade que já mostrava sinais do que viria a ser hoje: o egoísmo e a ganância parecem ter nascido com a sociedade.

O filme foi lançado pela Obras Primas do Cinema e já se encontra a venda nas principais lojas do ramo.

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