Terríveis assassinatos têm ocorrido em uma cidade sem nenhuma pista de quem os cometeu. Com essa pequena premissa, William Lustig realizou um dos melhores filmes da década de 1980 do cinema de gênero. “Maniac” é estrelado por Joe Spinell e a belíssima Caroline Munro. Contando com um excelente trabalho de maquiagem gore do especialista Tom Savini (que também faz uma participação no filme como ator), “Maniac” é uma produção de baixo orçamento que não poupa no quesito da brutalidade na hora das mortes e faz a festa dos fãs da sanguinolência cinematográfica.
“Maniac” se tornou popular no Brasil após suas exibições na saudosa sessão de terror Cine Trash, apresentada por Zé do Caixão nas tardes da Band. Algo que seria inimaginável nos tempos atuais, um filme tão violento ser exibido às 14:30, mas sim, já houve um tempo em que a TV nos presenteava com grandes obras do terror num horário fora da madrugada.
Com um roteiro acima da média (mesmo com alguns furos) para os conhecidos Slashers, “Maniac” ousa e desafia o espectador a encarar uma possível justificativa para os atos hediondos do assassino e a ouvir seus pensamentos mais perversos. Muito se deve pela ótima atuação de Joe Spinell que consegue principalmente com seus olhos, demonstrar toda a fúria e insanidade na hora de cometer os assassinatos e por vezes se mostrar uma pessoa frágil lutando contra seu instinto assassino, tentando não se tornar outra vez um caçador sedento por sua presa. Esse paradoxo entre ódio e pena do personagem é um dos pontos altos da trama.
Em 2012 foi feito um remake tão bom quanto o original. Produzido por Alexandre Aja (que também é responsável pela refilmagem do excelente “Quadrilha de Sádicos”) e estrelado por Elijah Wood. Aja tomou várias liberdades e alterou elementos que eram cruciais na atmosfera pessimista e suja do filme de Lustig, mas não quer dizer que aliviou na violência, pelo contrário, é um filme tão brutal quanto seu antecessor.
“Maniac” é uma obra angustiante, violenta e crua, seu desfecho continua sendo um dos mais intensos e delirantes já realizados. Um exemplar memorável do cinema de gênero e mais do que recomendado para os apreciadores dessa área.
Gerard Damiano (Especial para o Cinema Clássico)
* O filme foi lançado no box SERIAL KILLERS, Digistack com 3 DVD’s contendo 5 filmes inéditos de assassinos em série, sendo 4 deles baseados em fatos reais. Os outros filmes são: Deranged – Confissões de um Necrófilo (1974), Lua de Mel de Assassinos (1969), O Estrangulador de Rillington Place (1971) e Henry: Retrato de um Assassino. Para maiores informações, acesse o site oficial.