Em Valverde, o bando liderado por Bishop (Dean Martin) é preso pelo xerife July Johson (George Kennedy). O xerife é apaixonado pela bela Maria Stoner (Raquel Welch), mulher que após a morte do marido pelo bando, se torna uma viúva rica. Sabendo que seu irmão corre perigo de vida, Mace Bishop (James Stewart) arma um plano para salva-lo: irá se passar por um carrasco e assim tentar impedir o enforcamento de Bishop. Após o sucesso da fuga, Mace aproveita para roubar o banco e os irmãos sequestram Maria. Abalado por sua honra, o xerife parte em busca deles, que escapam para além da fronteira. O local é perigoso e os bandoleiros que dominam a região acabam se mostrando mais perigosos que a justiça local.
Sob a direção de Andrew V. McLaglen, um diretor que nem sempre acerta a mão em suas produções mas que domina bem faroestes, o filme traz um elenco estelar liderado por James Stewart. Stewart é um ator versátil e que se virava perfeitamente entre os mais diversos gêneros: suspenses, comédias, dramas, não me lembro de um só personagem seu que ele não tenha se entregado de forma significativa. Hitchcock chegou a culpa-lo por Vertigo não ter feito o sucesso esperado. Os anos, no entanto, provaram que tanto a película quando Stewart estavam bem em seus papéis. O ator era sempre escalado para faroestes, sobretudo na segunda fase de sua carreira (assista Terra Bruta), e seu nome de peso foi um dos motivos que fizeram muitos correrem para assistirem ao filme.
Temos também Dean Martin, há muito afastado de seu companheiro Jerry Lewis e mostrando consistência com seu personagem que também se apaixona pela bela Maria. O caráter de seus personagens sempre carregavam a áurea de galã que sempre o acompanhou e os diretores sempre aproveitavam para que ele desse uma canjinha de sua voz em algum momento da história. Não espere neste aqui.
Fechando o triângulo central temos a bela Rachel Welch no inevitável papel da mulher valente porém subjugada (vide as fotos de promoção enfatizando o seu medo ou seu corpo). Ela traz o tom de suavidade ao gênero que sempre renega as mulheres ao segundo plano. Fiquei o filme todo esperando pela cena em que ela teria uma tentativa de estupro e não me decepcionei: infelizmente essa arma opressora sempre é vista e repetida como um mantra em muitos filmes desse gênero. Mulheres no velho oeste tem uma presença limitada ao adorno. Neste não é diferente.
A história é ambiciosa e embora repita os velhos clichês como bandidos e mocinhos, mexicanos malvados, regeneração apresenta um desenvolvimento ambicioso. Como um clássico do gênero, diria que não há muito o que acrescentar, tornando-se apenas uma boa diversão.
* O Preço de um Covarde está sendo lançado em dvd pela Classicline e pode ser adquirido em qualquer loja do ramo.
