Sangue e Areia (1941)

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Com Rita Hayworth em Blood and Sand

Sangue e Areia teve algumas versões, dentre elas a de 1922 realizada por Fred Niblo trazia Rodolfo Valentino (no auge da fama), Nita Naldi e Lila Lee. A obra baseada no romance homônimo de Vicente Blasco Ibanez, narra a história de um jovem e humilde filho de toureiro que sonha em seguir a carreira do pai. Mesmo sendo alertado pela mãe de que algo possa dar errado. Ignorando o medo materno, Juan Gallardo (Tyrone Power) vai em busca dos sonhos, não sem antes se despedir de sua eterna namoradinha, a doce Carmen (Linda Darnell).

Juan e Carmen se separam com ele jurando voltar para lhe buscar.

Juan e Carmen se separam com ele jurando voltar para lhe buscar.  Mas só quando tiver fama e poder. E é o que de fato faz. Já na Espanha, aprende todas as técnicas e se torna um toureiro maior do que seu pai fora. Cumpre sua promessa e retorna à sua terra, à sua pobre mãe (interpretada por Alla Nazimova) e não esquece de Carmen, que se tornou uma linda e pacata garota. Acho que o casal Tyrone Power e Linda Darnell divinos juntos e eles tem uma química incrível.

A mãe implorando para ele não seguir os passos do pai. Ela teme que ele morra abatido por um touro.

Após casar-se com Carmen, e presentear cada um dos amigos, Juan ganha a fama e se torna o maior toureiro da Espanha. Rodeado de pessoas falsas, começa a gastar e se envolve com uma mulher que sente-se atraída não só por ele, mas por sua fama. É a famosa sugadora de energias. Juan se transforma. Antes, um homem bom e honrado, passa a dedicar cada uma de suas horas de folga à bela Dona Sol (Rita Haywort). Num período ainda anterior à Gilda, Rita já mostrava à que vinha. Com uma beleza que chama a atenção de qualquer um, foi vestida por Travis Banton que caprichou muito em seus figurinos, um mais que o outro. Apenas repare:

Dona Sol não ama Juan, quer apenas usufruir do conforto, das viagens e do sexo que ele pode lhe dar. Enquanto isso, a enamorada Carmen torna-se uma triste figura à espera do marido. É a figura frágil de uma mulher que (graças a Deus) não vemos mais hoje, sempre esperançosa que o marido abandone a outra e volte aos seus braços como antes.

Um doce e sonhadora Carmen

Dona Sol consegue fazer Juan se afastar daqueles que o amam verdadeiramente e a mensagem do romance escrito por Vicente Blasco Ibáñez é clara. As escolhas são um fator primordial quando se chega ao sucesso. As pessoas que te amam de verdade sempre estarão ao seu lado, na vitória ou na derrota. Há duas cenas bem significativas que mostram o quanto Juan é dominado. A primeira é esta abaixo, quando Dona Sol o trata como um boi sendo enganado:

A outra é quando ela o vê sofrer um acidente e sabendo do fim que terá, vira-se automaticamente para o próximo toureiro. Ao lado de um moribundo Juan, apenas Carmen, a doce e terna esposa que o amava indefinidamente. Mas Juan não é santo demais, como a história mostra ser. Ele segue Dona Sol porque assim deseja. Bem, mas já estamos em outros tempos e o romance escrito em um século anterior fica mais fácil culpar uma mulher pelas atitudes insanas do homem.

O filme dirigido por Rouben Mamoulian venceu o Oscar pela fotografia (que boi baseada em quadros de Velásquez e El Greco), que é realmente um dos pontos mais altos. Particularmente prefiro essa versão do que a de 1922, o que me faz repensar sempre sobre aquela questão de necessidade de refilmagens. A todos indico ver essa deliciosa história e viajar um pouco.

 

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