Há alguns dias ao colocar a foto da atriz Dominique Sande me perguntaram sobre seu paradeiro. Curiosa como sou, fui em busca de algumas informações e resolvi fazer uma matéria sobre sua vida e carreira. Vamos lá?
Dominique Marie-Françoise Renée Varaign, um nome bastante nobre, nasceu em uma família rica em 11 de março de 1948 na cidade luz, Paris. Seu pai era muito rígido, mas segundo a atriz revela em seu site oficial , ele também sabia ser amoroso e passar os finais de semana curtindo a família na casa de campo deles. A menina crescia, e aos 15 anos de idade ela participou de um concurso e foi eleita Miss Moorish.
Mais tarde decidiu estudar Artes e entrou para o mundo da moda, posando para várias revistas de sucesso como Glamour, Elle e Vogue.
Suas fotos acabaram chamando a atenção do diretor Robert Bresson, conhecido como o mestre do minimalismo. Ele a chamou para um teste para Uma Mulher Delicada (Une femme douce, 1969), curiosamente um dos primeiros que vi do Bresson. Cheguei a escrever na época:
“Em determinado ponto do filme, a personagem central lê uma passagem de Hamlet, em que diz que as interpretações devem ser frias e sem exageros. Isso é quase uma confissão de Bresson, que gostava de fazer filmes sem exageros de interpretações, quase seco, e também não dar ênfase a atores famosos.
Daí ter trabalhado mais com atores pouco conhecidos (até então). O filme não decepciona em nenhum momento ao mostrar a história de um casal que casa-se sem amor e passa um casamento sem intimidade até que a esposa entra em colapso e posterior depressão. E apesar disso, permanecem em uma aparente frieza.”
Ela passou a ser requisitada pelos melhores diretores europeus de sua época. Vittorio de Sica a dirigiu em O Jardim dos Finzi Contini (Il giardino dei Finzi Contini , 1970), filme que venceu o Oscar de Melhor filme estrangeiro, e ela estava perfeita como a filha revoltada. Neste mesmo ano participou de O Conformista (Il Conformista), dirigida por Bernardo Bertolucci e interpretando o papel de Anna. Aos vinte e poucos anos, provava que era uma atriz de talento, tanto na interpretação quanto na escolha dos papéis.
Ela também participou da adaptação do livro O Lobo da Estepe, de Hermann Hesse e dirigido por Fred Haines em 1974. Apesar de toda dúvida em torno da adaptação, em geral ela foi bem recebida pelo público e crítica. Em 1976 ela estava em A Herança dos Ferramonti (L’eredità Ferramonti, 1976) de Mauro Bolognini e recebeu o prêmio de melhor atriz em Cannes. No mesmo ano voltaria a trabalhar com Bernardo Bertolucci em 1900 (1976), com Gerard Depardieu, Alida Valli e Robert De Niro.
Mesmo com o sucesso batendo sua porta, ela manteve sua vida amorosa bastante discreta. Segundo o site IMDB, entre 1964 e 1966 ela teria se casado, mas não há informações em qualquer lugar sobre o nome do marido ou qualquer outra informação. E olhe que procurei.
Na década de 70 ela teve um caso com o diretor Christian Marquand (amigo íntimo de Marlon Brando), e com ele teve seu único filho, Yann Marquand. Atualmente a atriz está casada com Nicolae Cutzarida. Na década de 90 ela iniciou uma carreira também nos palcos da Itália, e adorou a experiência. Sua mais recente peça foi encenada em 2007, Di tre colori e d’una dimensione de Raffaele Curi.
Dominique continuou a carreira ao longo das décadas seguintes, sendo dirigida por diretores como Jacques Demy e Dino Risi, dentre outros. E ao contrário do que muitos pensam, sua carreira continua na ativa. Seu mais recente trabalho no cinema foi em Saint Laurent (2014).
E quem pensa que ela parou, está enganada. A atriz encontra-se em plena atividade, vivendo em Buenos Aires e fazendo participações na televisão e cinema aos 70 anos de idade.
Fontes: IMDB, Site Oficial