Os Amores de Charles Chaplin

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Charles Chaplin teve vários amores ao longo de sua vida. Fiz essa matéria falando um pouco sobre as mulheres mais importantes de sua vida. Nela, esposas, namoradas e amantes. Confira:

Hetty Kelly

Por volta de 1909, Chaplin tinha vinte anos, mas já era bastante experiente no teatro. Neste mesmo ano, ele conheceu aquela que seria sua musa inspiradora, por toda a sua vida, como ele mesmo disse em sua autobiografia: “Eu a vi cinco vezes, e nenhuma de nossas reuniões durou mais do que vinte minutos. Mas esses encontros breves me afetaram durante um longo tempo”.

Hetty era uma dançarina da Companhia Bert Coutts’s Doodle Girls. Ele ficou muito impressionado com ela, e passou a assedia-la constantemente. No terceiro encontro ele declarou-se profundamente apaixonado, e a pediu em casamento, dizendo que os dois tinham nascido para viver juntos. Ela, então com 16 anos, achava que era jovem demais para casar, afinal, não estava apaixonada pelo jovem. Charlie ficou magoado, mas não rompeu os laços definitivamente com ela. O irmão de Hetty, Arthur Kelly, trabalhou algum tempo com Chas nos Estados Unidos, e sempre trazia notícias da irmã.

Ela casou-se com um militar e aos 24 anos contraiu a gripe espanhola, morrendo logo em seguida. Sobre Hetty: “pensei que ela fosse minha platéia. Eu considerava meu sucesso como um ramo de flores endereçado a alguém, e agora aquele endereço era desconhecido”. Disse isso quando soube de sua morte prematura. Hetty foi sua primeira namorada. E musa eterna.

Chaplin dedicaria boa parte de sua vida buscando uma substituta para seu primeiro amor.

 

Edna Purviance


Edna Purviance nasceu em 1894, em Nevada, filha de um mineiro. Com 17 anos, depois do divórcio dos seus pais,  mudou-se para San Francisco e começou a trabalhar como secretária. Seu namorado trabalhava nos estúdios onde Chaplin trabalhava. Quando o ator a viu, ficou fascinado com sua beleza e a chamou para participar de um jantar com o elenco. Já nesta noite, observou-se que os dois tinham grande afinidade. Segundo Purviance, ela não tinha a menor intenção de ser atriz, e ficou surpresa com a escolha. Mesmo assim ela pensou “Porque não?”.

Ela foi contratada para estrelar seus curtas e acabou sendo sua protagonista por 8 anos seguidos. Desde o primeiro teste, observou-se que não tinha experiência nas telas, mas era bem humorada e prestativa. Não demorou para o romance começar. Purviance tinha instintos protetores, e começou a tomar conta dele: suas roupas, seus negócios, seus encontros, tudo era passado a limpo com ela. Ele, claro adorava ter alguém que finalmente cuidasse dele.

Segundo Chaplin, o rompimento veio porque ela o traiu. Segundo Purviance, ela teria armado uma cena, pois ele já não lhe dava mais atenção, mas daí o desgaste impediu que fosse adiante. Eles continuaram se encontrando esporadicamente, mesmo depois do rompimento e durante os dois primeiros casamentos de Chaplin.

Em 1923 ele a presenteou com o filme “A Woman of Paris”, uma espécie de despedida daquela que lhe acompanhara por oito anos. Em 1924 Edna se envolveu num escândalo quando o chofer de Mabel Normand assassinou Courtland S. Dines, amante de Edna. Seus filmes foram proibidos e boicotados. Charles, no entanto, permaneceu do seu lado, dizendo que ela era e sempre seria a sua atriz principal. Seu nome esteve incluído na folha de pagamento até sua morte, por câncer, aos 46 anos. Seu sorriso e seu olhar cativaram-no.

Mildred Harris

Mildred Harris, nasceu em Wyoming – EUA, em 1901. Charles e Mildred casaram-se em outubro de 1917, numa cerimônia privada. Pensavam que ela estava grávida (ou ela simulou, não se saberá jamais a verdade). Segundo depoimento de Mildred, “Chaplin casou-se comigo e depois me esqueceu por completo”.

 O filho nasceu 8 meses e 15 dias depois do casamento, morrendo dois dias depois, por problemas no intestino, causados, provavelmente, pelos antidepressivos ingeridas pela mãe no início da gravidez. Charlie deixou claro que não queria aquele filho. Mas sofreu profundamente por perdê-lo. Neurótico, começou a pensar que tinha problemas de concepção.
Nessa época ele começou a fazer “The kid”. Um desabafo? Mildred tentou de todas as formas salvar o casamento, ora tentando ser uma dona de casa exemplar, ora tornando-se frequentadora das igrejas em busca de apoio espiritual. Enfim, tomada pela depressão, tornou-se uma alcoólatra.
Após o casamento, a atriz continuou a trabalhar, realizando, dentre outros o filme “Night Nurse”, onde atuou ao lado do galã Clark Gable. Sofreu de depressão profunda, ingerindo diversas drogas e passando por várias clínicas de tratamento. Após The Kid, foi anunciado o divórcio, mas a carreira dela nunca mais seria a mesma. Depois de Chaplin, casou-se mais uma vez. Morreu ainda jovem, de pneumonia, aos 43 anos. Não teve filhos.

Florense Deshon


Florence Deshon desde cedo tentara carreira no cinema, tendo tido diversas negativas. Um belo dia foi chamada por Goldwyn, que lhe oferecia um salário de 400 dólares a semana, um guarda roupa novo e um apartamento magnífico. Ela ficou feliz, mas ao mesmo tempo estranhou o fato de uma atriz iniciante ganhar tantos luxos de uma hora para outra.

A explicação veio mais tarde: Chaplin a financiou. Ele tinha ficado tocado com a história da jovem atriz, que não conseguia papéis devido ao seu envolvimento com o socialismo. Florence lia Li Poe e John Milton, era muito sensível para todas as artes, e era amante de Max Eastman, com quem se correspondia frequentemente.

 

Charles e Max

Depois que Chaplin a conheceu pessoalmente, ficou fascinado com seu conhecimento e posição intelectual. Iniciou-se daí um relacionamento envolvendo Chaplin – Florence – Eastman. Os três frequentavam as mesmas festas, sempre regadas a muita bebida e farras. Como Eastman viajava bastante, pediu para Charlie “cuidar” de Florence enquanto ele estava fora. Com isso, ele praticamente empurrou um nos braços do outro. Foi o suficiente para os dois iniciarem um tórrido romante, que foi uma junção de aventura e angústia por trair o próprio amigo. Mas Chaplin, dessa vez, cuidou dela, tentando gerenciar sua carreira e vida, sendo a família que ela não possuía.

Chaplin amou Florence, mas naquele momento ele amava muito mais sua liberdade. E também tinham os seus traumas: ele achava que Florence jamais iria preferir um baixinho como ele do que um homem como Max Eastman. Ela ficou confusa e insegura, e acabou voltando para Max, indo encontra-lo na cidade onde estava. Na chegada, ele percebeu que ela estava ardendo em febre. Na verdade, ela havia feito um aborto e quase morreu com o acontecido. Se a criança tivesse nascido, teria sido filha de Chaplin.

Florence amargou dias de solidão, depois que seu romance com Max e Chaplin terminou. Ela suicidou-se em 1922, ligando o gás em seu apartamento, em Nova York. Tinha apenas 29 anos. Chaplin ficou abaladíssimo, e o romance entre os dois acabou servindo de inspiração para a cena inicial de Luzes da Ribalta, em que ele salva a dançarina de circunstâncias idênticas. Reflexo do que ele gostaria de ter feito? Nunca saberemos.O fato é que ele não cita uma palavra sobre ela em sua biografia, e se negou a tratar do assunto mesmo anos depois do acontecido.

May Collins


May Collins foi contratada por Sydney Chaplin, irmão de Charles, como a secretária que os acompanharia a Europa. Charles, ainda triste com o término do romance com Florense, iniciou uma relação com ela. Florense até mesmo chegou a aprovar o romance dos dois, porachar que seria bom para o comediante. May era o tipo de garota feita para casar e ter filhos, nas palavras de Max Eastman. Mas não o que esperava-se que Chaplin aguentasse muito tempo.

Quando ele menos esperava, já estavam noivos e já haviam planos para o casamento. Chaplin nesse período mudou-se para uma mansão maior e May já imaginava-se arrumando-a. Acontece que ao mesmo tempo em que ela se entusiasmava, ele começou a sentir-se entediado com a vida perfeita que a garota lhe prometia. Passou a evita-la, mas era difícil terminar, pois ela parecia não entender que ele não estava mais interessado como antes.


May chegou a aparecer na casa de Florense (com quem sabia que Charles ainda se encontrava as vezes) para ver se ela sabia de algo que tivesse feito com que ele se afastasse dela. Na verdade, May foi mais uma vírgula no romance entre Chas e Florence. E tão repentinamente como começara, terminou.

 

Peggy Hopkins Joyce

Chaplin conheceu Peggy graças ao diretor Marshal Neilan. Por essa época ela já tinha casado e separado cinco vezes com milionários e era riquíssima. Estava em Hollywood para fazer um filme, e para tentar casar-se pela sexta vez. Charles se deliciava com as histórias que a milionária contava sobre suas aventuras com os amantes e  maridos, e como fazia para safar-se deles.
Como, de certa forma, Chaplin gostava do perigo, acabou envolvendo-se, mesmo que superficialmente, com Peggy. Quando percebeu que ele realmente não queria se casar, ela resolveu partir para outra experiência.
O romance não durou muito, mas acabou servindo de inspiração para o filme “A woman in Paris”, estrelado por Edna Purviance.

Lita Grey

Lita grávida
Lita havia trabalhado com Chaplin em The Kid, fazendo uma anjinha que flertava com ele na cena do céu. Na época não houve nenhum envolvimento entre os dois, pois ela ainda era uma criança (embora flertasse com o vagabundo e provocasse uma briga no céu).
Anos depois, Chaplin estava selecionando atrizes para seu novo filme: The Gold Rush.
Ela, como a maioria das jovens, entrou na fila para se inscrever. Estava com 16 anos e era já uma mulher que chamava a atenção. No primeiro teste, o diretor ficou logo impressionado com Lilita Mcmurray. Os produtores não aprovaram, pois, apesar de muito bonita pessoalmente, seu rosto redondo pareciam não fotografar muito bem. Além do mais, perceberam o crescente interesse dele por ela, o que era um prenúncio de futuro problema.
A filmagens começaram, e Lita acabou cedendo aos apelos dele. O resultado foi uma gravidez inesperada, que ele tentou resolver solicitando a ela que abortasse. Segundo Lita, o argumento dele é que não podiam parar uma gravação tão cara e que outras atrizes já teriam feito isso por ele, citando por exemplo Edna Purviance. Lita não quis abortar, e o vagabundo se viu na obrigação de casar com a garota, ainda menor de idade. Casaram-se no México, e outra atriz foi chamada às pressas para substituí-la: Georgia Hale, com quem ele também veio a se envolver.
Chaplin e Lita tiveram juntos dois filhos, Charles Jr e Sidney (sobrinho); foi de longe o casamento mais complicado de todos os que ele teve, antes e depois. Charles, infiel como nunca, fazia festas e saía com muitas mulheres enquanto Lita ficava em casa cuidando dos filhos. Ela o processou, citando, para constrangimento geral, fatos da vida íntima dos dois, como “atos libidinosos” que Charles a obrigava a fazer, e listas de atrizes com as quais ele tinha transado enquanto estavam cascasados, incluindo Edna Purviance, Pola Negri, Merna Kennedy (a atriz de The Circus) e Marion Davies. Charles a odiou por isso e a opinião pública ameaçou proibir seus filmes.
Lita com os dois filhos
À época foi o maior escândalo de sua carreira, e jornais sensacionalistas circulavam com notícias e trechos dos depoimentos de Lita, enquanto que cineastas iniciantes faziam filmes pornôs (isso mesmo!) baseados na história dos dois. Ao mesmo tempo, Charles acusava Lita de traiçoeira, pois ao casarem, toda a família dela mudou-se, sem o consentimento dele, para sua mansão, onde o ator mantinha a todos.
Depois de muita discussão e troca de ofensas, Lita conseguiu um acordo com os advogados de Chaplin e levou uma enorme quantia, além de uma mesada mensal para ela e os filhos. Foi o divórcio mais caro da época. Abalado com tudo isso, Charles acabou afastando-se inclusive dos próprios filhos, só se reaproximando deles, posteriormente, através de sua quarta esposa, Paullette.

Pola Negri

A polaca Pola Negri era conhecida como a rainha dos filmes dramáticos. Imaginem o que foi o relacionamento dela com o Rei da Comédia. Os dois se conheceram em um engarrafamento de limousines, quando o veículo de Pola bateu no de Chaplin. Foi quando ele desceu do carro e se apaixonou por uma mulher “cheia de jóias e muito nua”, conforme descrição do próprio. O romance iniciou logo depois disso.

O que a fascinou nele foi a sua capacidade de ouvi-la, bem mais do que o amor. Ele a escutava pacientemente, não a julgando pelo seu passado ou lhe criticando. Ela também aceitava as mudanças de humor dele, quando do nada, se trancava em seu mundo, deixando de falar com quem quer que fosse.
Contudo, o que ficou mais marcado nesse relacionamento foram os temperamentos de ambos, bastante conhecidos. Os escândalos, de ambas as partes, e por ciúmes, política, o que quer que fosse, eram constantes. Com o tempo, ele tentou administrar a carreira dela, o que foi a gota d’água para Pola.
O romance, descrito por muitos como exótico, depois de muitas idas e vindas, acabou, com direito a declaração a jornais. Em uma entrevista, quando perguntaram a ele se estava nos seus planos o casamento com Pola, ele respondeu dizendo que era pobre demais para isso. Quanto a Pola, dizem que o maior amor de sua vida foi mesmo outro ator, Rodolfo Valentino.

Joan Barry

Joan era filha de um veterano da primeira guerra que vivia com sua mãe e padrasto. Depois dos estudos, ela foi para Los Angeles, em busca de carreira no cinema. Depois de ser pega roubando vestidos numa loga, foi “aconselhada” pelo juiz a ir para outra cidade. Assim, tentou a vida em Nova York, mas não demorou muito tempo lá, e logo estava de volta. Depois que conheceu Sam Marx, produtor da MGM, suas esperanças em ganhar algum papel aumentaram. Nesse período ela teve sua primeira crise depressiva.

Chaplin durante o processo
Através da influência de Max, ela conheceu diversos magnatas, e acabou sendo apresentada a Charles Chaplin. Depois de lhe contar sua história de tristeza, ele acabou oferecendo a ela um teste. Segundo Chaplin era “um mulherão de 22 anos, bem feita de corpo, com abóbadas da região superior enormemente expandidas”.
Enfim, por mais improvável que possa parecer, ele começou a investir naquela que seria sua nova estrela, pagando-lhe cursos de interpretação, dentista, aulas de etiqueta e um apartamento. Joan, agradecida por sua sorte grande, iniciou um romance com ele.
Joan e Charlie faziam muitos cruzeiros enquanto a inspiração não vinha. All Reeves notou que a garota era um pouco estranha, de difícil conversação, mas Charlie não chegou a atinar que pudesse ter algum problema mental.
Joan com sua filha
Joan engravidou não uma, mas algumas vezes de Charlie, sempre abortando. Com o tempo, começou a aparecer de madrugada na mansão dele, fazendo escândalos, agindo de maneira cada vez mais estranha. Assustado, Chaplin  resolveu abandona-la. Joan chegou a “desaparecer” durante um período. Período esse que ele se envolveu com Oona (que seria sua derradeira esposa).
Quando surgiu, Barry estava grávida e dizia que o filho era dele. Depois de um processo que arrastou-se por um longo período, abalando a opinião pública a respeito de Charles Chaplin, Joan acabou ganhando. O curioso é que Chaplin provou não ser o pai da criança (uma menina), mas o exame de sangue não foi considerado como prova, e ele teve que arcar com as despesas da pequena até ela completar 18 anos. Quanto a Joan, a mesma perambulou um hospício para outro, até falecer.

Paulette Goddard

O casal em Tempos Modernos
Paulette Marian Levy nasceu em Nova York. Filha de pais separados, viveu toda a infância trabalhando em uma lavoura. Foi depois que sua mãe casou-se novamente que ela passou a ter alguma condição. Foi também através de seu padrasto que conseguiu um teste para o Ziegfeld Follies. Quanto a vida de Paulette, muitos coisas foram “esquecidas” ou enterradas, após seu sucesso. Ela acabou encontrando um homem rico, e após o divórcio, e conta bancária maior, resolveu tentar a carreina em Hollywood. E lá conheceu Chaplin.
Charlie, agora bem mais desconfiado com relação às mulheres, ao conhece-la (e perceber que era também rica), deixou-se levar. Além do mais, ele ficava fascinado com as histórias que ela contava de forma despudorada, fazendo-o também rir com suas piadas. Semanas depois, já estavam morando juntos.
Paulette estava aprendendo a ler, e Chaplin pagou-lhe os estudos, assim como as aulas de interpretação. Exigiu que a atriz tirasse a tinta loura dos cabelos, por achar que ela ficava mais bonita ao natural. Ela obedeceu, e por mais estranho que possa parecer (pois ele não parecia ser o tipo dela), apaixonou-se.
Chas apresentou-lhe seus amigos, que também a adoraram. O que Paulette, no entanto, melhor fez por ele foi reaproxima-lo dos filhos. “Dormi com ela até os 8 anos. Depois disso meu pai disse, chega! Ela é só minha agora!”, diria Syd (seu filho com Lita) anos mais tarde.
Ainda existem dúvidas quanto ao casamento entre os dois, pois eles afirmaram que se casaram a bordo de um veleiro, mas não existem provas nem do casamento, nem do posterior desenlace. Ela trabalhou com ele em dois filmes: “Modern Times” e “The Great Dictator”, quando já estavam próximos de se separarem. Dizem que o que os unia era basicamente uma coisa: Goddard era um Chaplin de saias. Se ele saísse com uma garota, ela, na mesma noite, marcava com um homem. Uma das cenas mais comentadas na época foi uma vez que os dois foram jantar em um restaurante, e ela foi pega fazendo sexo oral com um ator. Mesmo assim, mantiveram-se amigos até o final, e Paulette foi considerada por Chaplin como um de seus grandes amores.
A separação dos dois foi quase tão discreta quanto o anúncio do casamento, sem confusões, nem traumas. Após a separação, Paulette casou-se mais uma vez, indo morar em Beverly Hills, numa mansão próxima a de Mary Pickford.  Posteriormente mudou-se para a Suíça, se tornando vizinha de Chaplin e Oona.

Oona O’neil


Quando Oona entrou nos estúdios, Rollie Totheroh teria dito: “Mais uma não!!”. Ela tinha 17 anos, era filha do grande dramaturgo Eugene O’neil, mas não tinha uma boa relação com ele desde a separação dos pais. A situação entre os dois piorou depois que ele casou-se novamente. Quando ficou mocinha, Oona começou a chamar a atenção, tornando-se a debutante do ano. Isso a fez acreditar que poderia ter algum sucesso no cinema. Fez algumas peças teatrais, e em 1942 foi apresentada a Charles Chaplin.

Ela começou a frequentar a casa de Chaplin, que tinha na época 55 anos, às vezes acompanhada de sua mãe, e o veterano ator realmente ficou impressionado com ela. Ela parecia, na sua juventude, deliciar-se com tudo o que ele lhe mostrasse, fossem seus filmes antigos, fossem suas coleções, ou suas conversas. Além do mais, ele parecia preencher o vácuo deixado por um pai que nunca lhe deu atenção. Ele, por sua vez, que nunca escondeu preferir as mulheres mais jovens, apaixonou-se perdidamente.


Chaplin, que estava terminando um caso com Joan Barry, teve alguns problemas para administrar o novo relacionamento com Oona no início. Mas a solução encontrada pelos dois foi o casamento. Não só a opinião pública, mas também o pai dela, foram contra o casamento, mas como ele não tinha lhe dado atenção a vida toda, porque desta vez ouvi-lo?

Chas e Oona foram muito felizes juntos. Tiveram 3 filhos na América, viajaram e passaram por muitos problemas juntos também. Ela suportou ao lado dele sua expulsão dos Estados Unidos, indo morar na Suiça. Depois de retornar a América para vender tudo o que possuam, renegou a cidadania americana. Foi a maior prova de amor que podia lhe dar. Na Europa, tiveram mais cinco filhos.

Família reunida

Oona cuidou de Chaplin, quando ele envelheceu, sozinha, até bem pouco tempo de sua morte, só admitindo uma enfermeira nos últimos tempos. O eterno vagabundo morreu no natal de 1977, e seu corpo ainda foi sequestrado! Oona negou-se a pagar um resgate, dizendo que Charlie estava dentro dela e não nos seus restos. Tempos depois, o corpo dele foi devolvido e os familiares puderam então enterra-lo. Após a morte do marido, Oona cuidou dos negócios, já que os filhos já estavam crescidos. Ainda chegou a namorar, mas jamais voltou a se casar. Ficou viúva até a morte, em 1992.

Fonte de pesquisa:

Contraditório Vagabundo, Joyce Milton. 1997

Charles Chaplin, História da Minha Vida, 1964

Fotos: site http://www.discoveringchaplin.com/

Confira também:

Florence Deshon, a musa trágica por trás de Luz da Ribalta, de Chaplin

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