Ava Gardner e Frank Sinatra: a história de um grande amor

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Todos deveriam pelo menos uma vez na vida ter a oportunidade de viver um grande amor. E se tem uma coisa que Ava Gardner e Frank Sinatra tiveram durante a vida foi isso. O deles pode não ter sido o maior, mas foi um dos mais complicados e loucos que o mundo do entretenimento conheceu.

Ava e Frank já haviam se encontrado algumas vezes em festas, mas sempre acompanhados de uma ou outra pessoa. A primeira delas foi no início da década de 40, quando Ava era uma garota de apenas 18 anos e tentava uma chance em Hollywood.

A jovem casaria duas vezes antes que o amor entre ela e Frank florescesse: a primeira com Mickey Rooney, em 1942. O primeiro casamento terminaria no ano seguinte, por causa das infidelidades e imaturidade do marido. A segunda, com o compositor Artie Shaw, duraria também um ano e não seria um mar de felicidades. Por volta de 1946 ela estava solteira, mas nunca sozinha.

Frank Sinatra estava casado desde 1939 com Nancy Barbato, que lhe dera seus três filhos. E apesar das constantes traições do fabuloso cantor, o casamento parecia que duraria toda a vida enquanto Nancy aguentasse a vida de solteiro que Frank levava.

Em 1949, quando Ava terminava seu envolvimento com o excêntrico Howard Hughes, parecia que a coisa realmente parecia fluir para que ela e o cantor finalmente se unissem. Há realmente dúvidas se Hughes tinha algum envolvimento amoroso com suas protegidas, mas é fato que ele procurava mantê-las presas a ele, cuidando de cada passo que as mulheres davam, presenteando-as com tudo que seu dinheiro pudesse pagar enquanto mantinha-as em gaiolas de ouro. Ava, porém, não era uma mulher que se deixasse prender. E com a chegada de Frank em sua vida, ela estava pronta para voar.

Ava passou a frequentar um apartamento que Frank tinha. Lá ele recebia amigos mais à vontade, longe de sua esposa Nancy. Nesse período, a garota que chegara cheia de sonhos já era uma estrela requisitada e vivia o auge de sua beleza. Crescia aos olhos dos produtores e já tinha até se transformado em Vênus, Deusa do Amor, através do filme lançado em 1948 por William A. Seiter. Sinatra ainda era bastante requisitado. É só lembrar que em 1948, durante as filmagens de Um Dia em Nova York (1949), ele conseguia atrair mais público do que o astro Gene Kelly. Mas logo o jogo iria virar, e o público começaria a largar o astro nos anos que se seguiriam.

Ava Gardner e Frank Sinatra em seu casamento em 1951. Eles se amavam muito mas eram incompatíveis e acabaram se separando em 1957.

E o que começou como uma aventura tornou-se público quando revistas de fofocas passaram a seguir o casal para onde quer que ele fosse. Não havia um minuto de folga e parecia que os dois estavam sempre grudados. Nancy aparentemente não se preocupava, pois achava que o fogo de palha logo passaria e ele, como sempre voltaria para casa. Só que algo deu errado. Mas um belo dia o marido lhe pediu o divórcio, deixando-a sem chão. Após uma enxovalhada de críticas dos jornais, os Sinatra se separaram oficialmente no dia dos namorados de 1950. A grande maioria tratava Ava como uma “destruidora de lares”.

Com o caminho livre, o novo casal podia assumir publicamente o relacionamento apesar da atriz receber até mesmo ameaças por parte de fãs enfurecidos. Nancy, no entanto, recebia todo o apoio da família tradicional americana, que lhe enviava orações e torcia para a reconciliação e volta ao lar de Frank. Não funcionou. Nancy, no entanto, ficara com boa parte da fortuna do casal. Nada mais justo: os filhos também ficaram para que ela os criasse. Isso, no entanto, deixara o cantor com um sério rombo no orçamento, e tendo, praticamente que começar do zero.

Mesmo com os entraves, o casamento com Ava foi oficializado em uma cerimônia simples na Pensilvânia, em 7 de novembro de 1951. A imprensa cobriu o evento e várias fotos foram tiradas. Nelas o casal parece genuinamente feliz.

 

Mas logo começaram as brigas: por ciúmes de quem quer que se aproximasse de algum deles, fossem ex-namorados, ex-amantes, diretores ou atores que se aproximassem. Havia também os problemas das agendas que não se encontravam. Tudo isso era muito bem acompanhado pela imprensa, que também noticiou o aborto sofrido pela bela atriz em 1952. E se tinha algo que Sinatra não previa, ou previa, era que Ava devolvia exatamente na mesma moeda cada uma de suas atitudes. Sinatra a traía? Ela também o fazia. Saía para se divertir? Lá ia Ava para suas festas. A experiente mulher estava muito distante da jovem que se casara com Mickey Rooney e esperava pacientemente o pequeno ator retornar.

Contribuía para as discussões também a decadência do cantor no período. Ele, que levara tantos ao delírio, fosse dançando no cinema, fosse cantando para seu público, saíra com a imagem arranhada e agora dificilmente conseguia um contrato. Ava lhe ajudou como podia, buscava seus contatos, conseguia um ou outro contrato para o marido. Enquanto isso, a carreira dela decolava. Frank enlouquecia só em imaginar que sua esposa pagasse suas contas, não estava dando conta da situação.

Foi quando Frank soube que Ava havia saído com o toureiro Mario Cabré em uma estada na Espanha. Segundo Ava, o romance nem era tão intenso no início, mas mesmo assim, um louco Sinatra partiu para a Europa assim que soube e queria matar Cabré. Não matou, mas chorou como um louco quando Ava confessou ser verdade. Ameaçou se matar, chegou a dar um tiro no quarto (na verdade em uma almofada). As coisas estavam tomando um rumo imensamente violento. O cantor chegou a cortar os pulsos.Um relacionamento estritamente doentio. Ava voltou, mas não seria por muito tempo. Paixões assim são difíceis de durar.

Em 1953 o casal decidiu pela separação. Não foi de maneira nenhuma fácil para nenhum dos dois, que ainda se amavam. Mas há coisas que fazem casais se separarem além da falta de amor… Sinatra passou anos a beber mais, culpava outros pelo fracasso do casamento, mas era algo que teria que ter um fim. Sinatra recuperou sua carreira e Ava continuou a fazer sucesso. Incrivelmente os dois continuavam a ter uma relação de quase amizade após tudo terminar. Ela continuou a chamá-lo de “meu homem” até o final de sua vida. A estátua criada por Iassen Petkov de Ava para o filme A Condessa Descalça foi adquirida pelo cantor que a deixou no jardim de sua casa até o fim de seus dias.

Em 1957 o divórcio foi anunciado. Ava, apesar de ter alguns namorados, não voltaria a casar. E toda vez que entrava em um bar que tivesse a foto de Frank, dizia “Meu homem”. Frank casaria-se mais duas vezes: com Mia Farrow (que tinha 21 anos enquanto ele tinha 50). Bárbara Marx foi sua última esposa, com quem casou em 1976 e permaneceu até sua morte em 14 de maio de 1998.

Ava passou por vários problemas de saúde a partir da década de 70. Fumava muito e por causa disso desenvolveu um enfisema pulmonar. Quando sofreu dois ataques cardíacos, perdeu grande parte dos movimentos. Sinatra não esqueceu a mão que ela lhe dera quando passava por dificuldades na carreira. Pagou seus tratamentos médicos, mas não conseguiu grandes avanços. A bela Ava faleceu em decorrência de seus vários males e uma pneumonia, em 25 de janeiro de 1990. Sinatra partiria oito anos depois. Morria aí um grande amor.

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