Antonio Moreno, o primeiro espanhol a brilhar em Hollywood

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Antonio Garrido Monteagudo Moreno nasceu em Madris, em 26 de setembro de 1887. Naquele tempo o cinema ainda era uma arte que começava a nascer. E ninguém poderia imaginar que Antonio se tornaria o primeiro espanhol a brilhar em Hollywood. Vamos conhecer sua história?

Como adiantei, Antonio Moreno nasceu em 1887, alguns anos antes dos Irmãos Lumière exibirem as primeiras seções de cinema no Grad Café, em 1895. Claro que muita coisa ocorria antes e contribuiu para que aquela apresentação fosse possível. Naquele ano, Antonio tinha apenas oito anos e talvez nem imaginasse que um dia se tornaria um artista.

O jovem, filho de militar, migrou para os Estados Unidos, indo morar em Massachusetts a partir dos 14 anos de idade. Ao chegar lá trabalhou inicialmente em empresas de eletricidade e chegou a ser padeiro. Mas foi depois de conhecer a atriz Helen Ware  depois de um breve retorno à sua terra que decidiu tentar o teatro. Foi difícil conseguir algo de destaque tendo um forte sotaque espanhol. Mas ele foi em frente.

Antonio Moreno e Gloria Swanson em My American Wife (1922)

Aos 25 anos, e já com alguma experiência, mudou-se novamente. Desta vez para Hollywood. Em 1912 o cinema já estava caminhando para um bom caminho e trazia alguns atores que começavam a ganhar algum destaque.

Ele ganhou um contrato inicial com a Biograph Studios e fez pequenas participações a partir de Iola’s Promise (1912). O ator não chegou a ser creditado, e um longo período se seguiria até ele se firmar. Foi somente dois anos depois que ele mudou-se para a Vitagraph e aí sim teve uma grande chance ao trabalhar em uma série popular de filmes ao lado da estrela Norma Talmadge e também de Pearl White. Em 1915 seu nome começava a se tornar bem conhecido.

Vieram participações em filmes que contavam com estrelas queridas como Gloria Swanson, Blanche Sweet, Pola Negri, Lillian Gish e Billie Dove, dentre outras. Seu porte latino o levou a “rivalizar” com dois “amantes latinos” bem amados do público: o inesquecível Rodolfo Valentino e seu substituto imediato, Ramon Novarro.

No início da década de 20, o ator  juntou-se a Jesse Lasky e se tornou uma estrela muito bem paga, trabalhando ao lado de estrelas cada vez maiores como Greta Garbo e Clara Bow.

 

The Temptress (1926) ao lado de Greta Garbo

Casamento e vida afetiva

Há pouquíssimas informações sobre sua vida afetiva em geral. A única informação que encontramos foi que o ator casou-se uma única vez, com a socialite americana Daisy Canfield Danziger. Tampouco encontrei alguma foto dos dois juntos (juro que irei buscar novamente e se você achar alguma me avise <3).

O que se sabe é que a casa dos dois era fenomenal e chamava a atenção de quem tinha a oportunidade de frequentá-la. Era algo até muito comum naquele tempo em que todos queriam um pedacinho do glamour do casamento de Douglas Fairbanks e Mary Pickford e suas conhecidas festas. Aliás, como a casa dos Fairbanks, que se chamava Pickfair, a dos Moreno se chamava “Crestmount”. Bom, posso não ter encontrado a foto do casal mas encontrei da mansão deles:

Nada mal

Os casamento terminou entre 1932 e 1933, pouco tempo antes de Daisy falecer em um acidente de automóvel em 23 de fevereiro de 1933. Ele jamais voltou a se casar depois disso.

O início da era sonora e cinema posterior

Antonio continuou a trabalhar durante a década de 30. A chegada do cinema falado acabou prejudicando sua carreira, assim como a de muitos de seu tempo. Ele conseguiu algum destaque trabalhando em filmes de língua espanhola como María de la O (1936) e outros, mas o destaque ia cada vez sendo diminuído.

Antonio dirigiu alguns filmes. O de maior sucesso foi Santa (1932), que trazia a grande estrela Lupita Tovar. O ator e diretor provava que tinha coragem e boa direção, mas por falta de oportunidade dirigiu apenas 4 filmes:um em 1920 e os demais mexicanos entre 1932 e 1934.

A década de 40 e 50 trouxe alguns poucos sucessos como O monstro da Lagoa Negra (1954) e Rastros de Ódio (1955), clássico de John Ford. O fraco Catch Me If You Can (1959) marcaria sua despedidas da tela. Ele ainda iria fazer uma última participação, 10 anos depois em um episódio da série Teatro de Siempre (1969).

Moreno em The Searchers (1956)
Antonio Moreno morreu de insuficiência cardíaca em 15 de fevereiro de 1967. Tinha 79 anos.

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