Do Outro Lado, o Pecado (1960)

1770

Um casal britânico vive em sua mansão. Eles passam por grandes dificuldades financeiras e precisam abrir o recanto para arrecadar algum dinheiro. Um belo dia, um homem milionário adentra lá e se apaixona pela mulher. Os dois iniciam um grande romance, mudando a vida de todos.

A primeira vez que assisti a Do Outro Lado, o Pecado (The Grass Is Greener, 1960) achei-o enfadonho. Não conseguia encontrar algum sentindo em uma comédia romântica em que dois homens disputam como dois cavalheiros de séculos anteriores quem deveria ficar com a esposa de um deles. Foi preciso me desarmar desta última vez que o revi. E o que me ajudou bastante a ver com outros olhos foi ler o texto escrito por meu amigo Rodrigo Vennino do blog Anos Perdidos.

Lá ele usa um termo que de cara nos mostra que trata-se de um filme que traz uma comédia que diferencia-se do que estamos acostumados a ver em enredos americanos. Isso explica-se por ter sido escrito pelo casal Margaret Vyner e Hugh Williams, que além de roteiristas eram também atores.

Um casal que aparentemente vive bem, mas que se vê envolto em uma crise após a chegada de outro homem

E a dupla carregou na dose de cinismo através dos diálogos travados pelos quatro personagens principais: o homem traído (Cary Grant), o milionário sedutor que ameaça a paz do casamento enfadonho (Robert Mitchum), a esposa conformada mas que não resiste ao charme do homem que traz uma agitação a uma vida quase monástica (Deborah Kerr) e a cereja do bolo: o quarto item que serve como ligação aos três primeiros, a voz da sinceridade e que não tem compromisso em portar-se como uma dama (Jean Simmons). A quarta é o elemento que dá liga ao triângulo amoroso, separando-o e por vezes sendo aquela voz que fala o que todos nós gostaríamos.

Uma das melhores sequências que nos remete a um recurso bastante utilizado na época: a divisão de telas para mostrar ao mesmo tempo as reações de todos os lados

É admirável a direção dada por Stanley Donen, tão conhecido por seus musicais e que é hoje um dos poucos diretores ainda vivos da época de ouro do cinema. Mas é de fato o roteiro o ponto mais positivo desde que continuo achando diferenciado. Tanto pelo tema, quanto pelas soluções para os romances ora modernas, ora que nos remete a tempos antigos.

Talvez o que mais tenha me dado prazer ao rever foi reativar a ideia de que nem sempre a primeira percepção é a verdadeira. Por isso sempre gosto de dar uma boa chance a uma história lá na frente.

Quem puder, veja com calma Do Outro Lado, o Pecado. Ele está sendo lançado em dvd pela Classicline e pode ser encontrado clicando-se na imagem abaixo:

 

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