Relembrando o versátil Claude Rains

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Existe um ator que admiro e que parece estar presente em alguns dos filmes clássicos que considero inesquecíveis. Esse cara é Claude Rains. Um ator excepcional, dividiu a cena com grandes estrelas como Errol Flynn, Humphrey Bogart e Bette Davis.

Rains interpretou anjos, diabos (!!!), conselheiros amorosos, gerente do céu, pais carinhosos, gays enrustidos, mentor, pessoas boas e más, trazendo um ar de benevolência ou sinistro através de sua expressão corporal de voz que poderia ser imensamente paternal ou sinistra. Com uma versatilidade que se tornou lendária.
Com uma voz inconfundível, Rains participou de uma série de filmes e embora não tivesse a liderança na maioria deles, tinha sempre um papel fundamental nas histórias, e sua expressão cínica ajudou a compor um dos maiores vilões da história em Robin Hood, com seu príncipe John. Curiosamente, ele se tornou o primeiro ator a receber a cifra de um milhão por seu papel como César em César e Cleópatra (1945).

 Ao lado de Bette Davis esteve em Mr. Skeffington (1944) e Que o Céu a Condene (1946). Bette Davis o admirava demais e existia um grande respeito entre eles, algo que é bastante significativo, se levarmos em conta que Davis raramente admirava alguém com quem trabalhava devido ao seu extremo perfeccionismo.
Que o Céu a Condene (1946)
Nascido em Londres em 10 de Novembro de 1889, Claude estreou nos palcos de Londres, alcançando sucesso em Ulysses S. Grant. Sua estréia nas telas foi no filme mudo Build Thy House (1932) e após um teste fracassado, ganhou o papel título de O Homem Invisível (1933), época em que partiu para a América. Assinando um contrato com a Warner Bross em 1935, foi constantemente emprestado para outros estúdios.
Mais tarde estaria e O Fantasma da Ópera (1943), da Universal. mas talvez ele seja mais reconhecido por sua atuação em Casablanca. Seu Captain Louis Renault carrega o peso da dubiedade que até hoje confunde o público: seria ele interessado no personagem de Bogart? A sua última frase deixa dúvidas: “Este é o princípio de uma grande amizade”.

Eu já tinha comentado em matéria sobre Adversidade (1936) que considero um tesouro esquecido. Rains não é o personagem central, mas é de fundamental importância com seu vilão Don Luis. A Mulher Faz o Homem (1939) é meu preferido de Frank Capra (e olhe que isso é difícil para mim dizer). Claro que o tom ufanista de Capra pode incomodar alguns, mas o filme é de James Stewart, mas Rains está impecável como o Sen. Joseph Harrison Paine. Outro destaque da carreira de Rains foi As Aventuras de Robin Hood 1938. Nele o ator é o príncipe John, malvado que tenta tirar o trono do rei Ricardo e favorecer os normandos. O nobre Robin Hood (Errol Flynn) será a pedra em seu sapato, e organizará um bando.
Rains foi indicado ao Oscar quatro vezes, não chegando a ganhar nenhuma. O ator faleceu em 30 de Maio de 1967, mas sua presença marcante pode ser observada em alguns filmes maravilhosos:
O Homem Invisível (1933), ao lado de Gloria Stuart
Adversidade (1936): sendo mau ao lado de Gale Sondergaard
Casablanca (1944): dubiedade na relação com o personagem de Humphrey Bogart
Com Ingrid Bergman em Interlúdio (1946)
O malvado John em As Aventuras de Robin (1938)
Frente a frente com James Stewart em A Mulher Faz o Homem  (1939)
Estranha Passageira (1942), com a amiga Bette Davis
Vindo direto do céu no divertidíssimo Que Espere o Céu (1941)
Mais uma vez ao lado de Bette Davis em Vaidosa (1944)
Ao lado de Vivien Leigh em Caesar e Cleopatra (1946)
Participação em Lawrence da Arábia (1962)

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