Jerome Littlefield é um bom rapaz, mas tem um problema terrível. Sofre de uma síndrome estranha que faz com que sinta os sintomas das doenças dos outros. Isso é realmente aterrorizante, pois Jerome trabalha como enfermeiro em um hospital e isso vai lhe render situações de extremo risco e consequentes confusões. Mas, bem, é isso que queremos em um filme com Jerry Lewis, não?
Outra que acaba atormentada pelas trapalhadas de Jerome é a pobre enfermeira Higgins (Kathleen Freeman), sua principal vítima. Mas ele, apesar da facilidade em meter-se em apuros, tem pessoas que o amam. E elas estão ali mesmo no hospital. Uma delas é a doutora Jean Howard (Glenda Farrell), que tem um carinho materno pelo rapaz. A outra é a bela enfermeira Julie Blair (Karen Sharpe), que é completamente apaixonada por ele.
Um dia, o hospital recebe uma nova paciente, a suicida Susan Andrews (Susan Oliver)m antiga paixão de Jerome. Saber disso só fará aflorar nele toda sua paixão não correspondida. Ele será capaz de fazer de tudo para mantê-la lá, mesmo quando ela não tiver mais dinheiro para pagar a conta.
Jerry nessa época já vinha repetindo sua velha fórmula de esquetes cômicos amarrados por uma história central. Isso me lembra bastante algo que Chaplin dizia sobre fazer comédias. Para ele, não havia mistério, bastavam elementos simples como uma praça, uma moça bonita e um policial para deixar fluir tudo. E era isso que Jerry Lewis fazia em suas produções, mesmo dirigidas, como esta, por outras pessoas.
Algumas vezes, seu personagem basicamente era solto em algum lugar e desenvolvia-se em torno disto a história. Senão vejamos: Em Errado pra cachorro ele é solto dentro de uma loja de departamentos, enquanto que em O Terror das Mulheres ele encontra-se dentro de uma casa repleta de mulheres de todos os tipos.
Julie Blair, a apaixonada enfermeiraSó que isso nem sempre funcionava. Aqui esse tipo de comédia já mostrava sinais de desgaste que nem o carisma do ator conseguia segurar durante muito tempo. Embora tenha alguns momentos realmente bons, em geral, Bagunceiro Arrumadinho (The Disorderly Orderly) não traz o fôlego de alguns de seus filmes anteriores e deverá agradar os fãs mais por motivos sentimentais. Falando em sentimental, este também foi o último de sua parceria com o diretor Frank Tashlin, que o dirigiu em Bancando a Ama-Seca e Cinderfella, dentre outros.
Dentre os destaques está a bela canção título cantada por Sammy Davis Jr., que também era um grande amigo de Jerry. Os figurinos mais uma vez foram assinados pela competente Edith Head.
Como falei um pouco acima, não há como negar. Os filmes de Jerry Lewis tem um forte apelo emocional. E mesmo que seu personagem seja um funcionário que ninguém deseja ter em seu quadro, seu carisma o salva no último momento. Irá, com certeza, agradar aos velhos fãs do cineasta.
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