Lançado em 1949, Caminho da Redenção foi dirigido por Michael Curtiz, diretor conhecido tanto por sua competência quanto rigidez e que trazia no currículo o grande sucesso Casablanca. O roteiro escrito por Robert Wilder e que seria um veículo para Ann Sheridan, conta a história de Lane Bellamy, uma dançarina que ao chegar em uma pequena cidade do interior, se envolve numa rede de intrigas liderada pelo governador Titus Semple (Sydney Greenstreet), um homem corrupto.
Ao perceber que Lane está envolvida com o xerife Fielding Carlisle (Zachary Scott), com quem ele tem ambições políticas, Titus começa uma séria perseguição à dançarina, fazendo com que ela seja demitida e tenha dificuldades de se manter na cidade, chegando mesmo a ser presa. Lane consegue finalmente um emprego como hostess em uma pousada administrada por Lute Mae Sanders (Gladys George) e lá conhece Dan Reynolds (David Brian), um homem poderoso com quem ela se casa. Os dois passam a morar em Flamingo Road, o melhor bairro da cidade. Ao saber que Lane está casada, Fielding Carlisle se desespera.
O filme é carregado de melodrama, com a personagem de Joan Crawford indo do inferno ao céu e em seguida retornando ao inferno, já que ela começa como uma dançarina, torna-se garçonete, vai presa, trabalha num hotel e em seguida se casa com um homem rico para finalmente retornar ao presídio. A personagem parece inclinada a se apaixonar por homens fracos, já que sua primeira paixão é incapaz de assumi-la, antes preferindo se casar com uma mulher que não ama. E a segunda só passa a lhe trazer verdadeiro interesse quando a renega.
Aos 44 anos Crawford ainda era considerada uma das deusas de Hollywood, e sem dúvida Curtiz quis fazer jus à fama da atriz neste melodrama que lembra um pouco os realizados por Douglas Sirk. Joan traz um desempenho magnífico e demonstra porque é considerada uma das maiores de sua época. A atriz estava meio desesperada atrás de bons papéis, já que tinha encerrado seu contrato com a MGM em 1943 e buscava um meio de fazer sua carreira ressurgir e se sentir mais valorizada.
Com a idade chegando e um mercado competitivo, ela via seu sonho de ganhar um Oscar se tornar algo cada vez mais distante. Mas o melhor estava por vir e ela só receberia o prêmio com Mildred Pierce (1945), também dirigido por Michael Curtiz. Se com Caminho da Redenção a atriz não recebeu o merecimento que desejava pelo menos serviu de veículo para mantê-la num patamar de estrela.
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