Cavaleiros da Bandeira Negra (Kansas Raiders, 1950): Western com Audie Murphy e Ação Histórica

Dirigido por Ray Enright, Cavaleiros da Bandeira Negra (Kansas Raiders) traz alguns jovens atores que fariam sucesso posteriormente. Tony Curtis era um deles. O belo ator em um de seus primeiros filmes não tem grande destaque, mas é possível perceber como faria sucesso como um dos galãs mais requisitados de Hollywood. Donlevy teve uma carreira longa e bem sucedida como vilões.

James Best faria sucesso posteriormente na série The Dukes of Hazzard (1979 – 1985), mas o nome de grande destaque continua sendo o de Audie Murphy. O ator se tornaria um dos ícones do cinema western, e além de incorporar Jesse James aqui, nesse ano seria também conhecido pela lenda Billy the Kid, no aclamado Duelo Sangrento (1950). Estrelando 33 faroestes em vinte anos, se tornaria um dos últimos reis do gênero.

A inconsistência histórica é um ponto que chama a atenção no roteiro, que prima mais pela ação e esquece totalmente da verdadeira história tanto de Jesse quanto de William Clarke Quantrill. A começar pela idade. O lendário Quantrill faleceu com apenas 27 anos, e no filme foi interpretado por Brian Donlevy que na época contava 50 anos. Frank James realmente fez parte de seu bando durante um tempo, mas não é fato que Jesse tenha feito nem tampouco envolveu-se com Kate Clark.

Na verdade, o verdadeiro Quantrill casou-se com com a garota quando ela tinha apenas 13 anos de idade. Na época da morte do marido, Kate estava com 17 anos, tendo vivido até os 82 anos. Assim como acontecera com Billy the Kid, também criou-se a lenda de que Quantrill, na verdade não morrera na emboscada, mas sobrevivido e fugido para o Chile, terminando seus dias como um zelador de mina no Texas.

Mas apesar dessas inconsistências, comuns em filmes clássicos, o filme é agradável e traz todos os elementos que os fãs do gênero já conhecem e absorvem muito bem. A fotografia em technicolor é impressionante e as sequências de ataque são particularmente bem realizadas.