Julien Sorel e as Mulheres: ‘O Vermelho e o Negro’ de Stendhal
Descubra a complexidade de Julien Sorel, protagonista de O Vermelho e o Negro, e o papel das mulheres na trama. Uma análise sobre classes sociais, ambição e manipulação na obra de Stendhal.

Aviso: Esta é apenas uma pequena reflexão sobre o filme, sem grandes compromissos com análises técnicas ou de roteiro. Algo que eu sentia falta de fazer.
“Vocês sabem que estão me condenando não pelos crimes que cometi, mas porque ousei, como camponês, tentar subir a escala social e me tornar um de vocês.”
É assim que temos a primeira visão de Julien Sorel (interpretado por Gérard Philipe), um jovem que aguarda sua condenação enquanto relembra os fatos que o levaram até ali. Com algumas adaptações no diálogo para a linguagem atual, começa o filme dirigido por Claude Autant-Lara, uma adaptação do famoso romance “O Vermelho e o Negro”, de Stendhal.
Julien é um homem que não quer mais ser pobre. Ele tem certeza de seus objetivos, mas a incerteza reside em como alcançá-los: tornando-se amante de uma mulher influente ou vestindo a batina. Sua característica mais marcante, além da dúvida, é a inconstância. Ele parece um “João-bobo”, levado de um lado para o outro por suas indecisões. Julien ama as possibilidades mais do que os caminhos que se abrem. É um sonhador, mas também se envolve em um jogo torturante, onde acaba usando e sendo usado pelas pessoas.
Julien não é mau. Ele é o reflexo de alguém que tenta, a todo custo, pertencer a um mundo que não o aceita naturalmente. O mundo parece girar e sempre retornar ao mesmo ponto: a aceitação das camadas sociais e a dificuldade dos seres humanos em reconhecer que, no fundo, somos todos iguais. Julien não está errado em tentar ascender socialmente, se acredita que isso é o correto. Ele deseja uma vida de luxo, e seria insano impedi-lo de alcançar seus sonhos.
No entanto, ele sabe que a sociedade jamais o permitiria. Surge, então, a briga de classes. Um homem como Julien jamais seria aceito pelos outros. Assim, surgem as tramas e os desvios. Teria ele o direito de sonhar? Não seria mais prático conformar-se com uma vida conveniente? Para Julien, a resposta é não. Ele sonha, mesmo que isso signifique se perder no caminho.
As Mulheres na Trama: Manipulação e Poder
As mulheres em “O Vermelho e o Negro” desempenham papéis cruciais, muitas vezes mostrando-se mais astutas e estrategistas do que os homens. Madame de Rénal, interpretada por Danielle Darrieux, é um exemplo notável. Ela demonstra espanto ao perceber que pode manipular situações e controlar seu marido, que se considera superior, mas acaba sendo um joguete em suas mãos.
Outra figura importante é Mathilde, uma empregada da casa dos Rénal. Teoricamente, ela seria a parceira ideal para Julien, mas, como ela mesma questiona, ele, com seus ímpetos de ascensão social, unir-se-ia a uma servente? Essa dinâmica revela o peso das figuras femininas na trama, que muitas vezes são mais ricas em ideias e soluções práticas do que os homens ao seu redor.
Stendhal e o Realismo: Uma Obra Influente
Ainda não li o livro de Stendhal, mas pretendo fazê-lo em breve. “O Vermelho e o Negro” é uma das obras mais influentes do realismo, corrente artística que se baseia no pensamento positivista e busca retratar a sociedade de forma crítica e detalhada. Stendhal afirmou que este é “o único livro que tem duas heroínas, a Senhora de Rênal e Mathilde”, o que me deixa ainda mais curioso para explorar suas nuances.
Julien Sorel e a Luta pela Aceitação
Julien Sorel, protagonista de “O Vermelho e o Negro”, não é um vilão. Ele é o reflexo de alguém que busca, a todo custo, pertencer a um mundo que não o aceita naturalmente. Sua história reflete um ciclo que parece se repetir ao longo do tempo: a luta pela aceitação social e a dificuldade dos seres humanos em reconhecer que, no fundo, somos todos iguais.
Julien não está errado em desejar ascender socialmente. Ele tem o direito de sonhar com uma vida de luxo e conforto, e seria insano impedi-lo de buscar seus objetivos. No entanto, ele sabe que a sociedade jamais o aceitaria. Essa briga de classes é o cerne de sua jornada, repleta de tramas e desvios. Será que Julien tem o direito de sonhar? Ou seria mais prático conformar-se com uma vida conveniente? Para ele, a resposta é clara: ele sonha, mesmo que isso signifique se perder no caminho.
As Mulheres na Trama: Manipulação e Poder
As mulheres em “O Vermelho e o Negro” desempenham papéis cruciais, muitas vezes mostrando-se mais astutas e estrategistas do que os homens. Madame de Rénal, interpretada por Danielle Darrieux, é um exemplo notável. Ela demonstra espanto ao perceber que pode manipular situações e controlar seu marido, que se considera superior, mas acaba sendo um joguete em suas mãos.
Outra figura importante é Mathilde, uma empregada da casa dos Rénal. Teoricamente, ela seria a parceira ideal para Julien, mas, como ela mesma questiona, ele, com seus ímpetos de ascensão social, unir-se-ia a uma servente? Essa dinâmica revela o peso das figuras femininas na trama, que muitas vezes são mais ricas em ideias e soluções práticas do que os homens ao seu redor.
Stendhal e o Realismo: Uma Obra Influente
Ainda não li o livro de Stendhal, mas pretendo fazê-lo em breve. “O Vermelho e o Negro” é uma das obras mais influentes do realismo, corrente artística que se baseia no pensamento positivista e busca retratar a sociedade de forma crítica e detalhada. Stendhal afirmou que este é “o único livro que tem duas heroínas, a Senhora de Rênal e Mathilde”, o que me deixa ainda mais curioso para explorar suas nuances.