A Letra Escarlate (1995)

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Quando lançado em 1995 A Letra Escarlate não foi um grande sucesso. O aviso inicial de que era uma adaptação livre do romance escrito por Nathaniel Hawthorne não ajudou muito, embora Demi Moore e Gary Oldman apresentem boas interpretações nos papéis principais. Vamos ao roteiro adaptado por Douglas Day Stewart:

A pequena Pearl narra a história de amor e sofrimento vividos por seus pais. Iniciamos o filme com a chegada de Hester Prynne (Moore) na puritana colônia de Massachusetts. Ela espera viver em um local livre e praticar sua fé, mas começa a encontrar resistência por causa da visão ultrapassada dos que lá vivem. Inicialmente eles se chocam com suas roupas (uma mulher não deve usar tantas rendas), depois estranham o fato dela, uma mulher casada, preferir morar sozinha, hábito moralmente não aceito pelos moradores. Na comunidade, ela conhece o jovem ministro Arthur Dimmesdale (Gary Oldman), os dois se aproximam e surge o amor. Ligados à religião, temem entregar-se à avassaladora paixão e decidem se afastar.

Dimmesdale recebe a notícia de que Roger Chillingworth (Robert Duvall), marido de Hester, havia falecido. Correndo para avisar sua amada, finalmente eles acreditam estarem livres para viverem seu grande amor, embora só possam assumir depois de um tempo. Hester fica grávida e é condenada ao ostracismo e a usar uma letra A, indicativo de seu adultério. Presa durante meses, tem sua filha na prisão, enquanto Dimmesdale sofre diariamente tentando ir vê-la. Indagada por todos, Hester nega-se a dizer o nome de seu amante. A chegada de Chillingworth à cidade fará com que a situação do casal piore, já que ela de fato teria cometido adultério, um pecado aos olhos das pessoas da comunidade. Chillingworth deseja vingar-se de Hester e descobrir quem é o pai de sua filha.


Demi Moore não foi a única opção para o papel principal que um dia pertencera a Lilian Gish. Sharon Stone e Meg Ryan foram também consideradas. A musa de Ghost recebeu o convite para o papel quando estava grávida, e chegou a oferecer aos produtores as imagens de seu parto real para serem utilizadas no filme. O convite não foi aceito, mas suas filhas reais aparecem nos papéis de Pearl, respectivamente Scout LaRue Willis e Tallulah Belle Willis.


Richard Gere , Daniel Day-Lewis , Liam Neeson e Anthony Hopkins receberam convites para o papel que acabou ficando com Gary Oldman, melhor opção. Ele e Moore trazem uma química admirável e a cena de amor traz a poética da libertação de sua escrava, que finalmente toma banho na banheira francesa de sua patroa, enquanto um canário a observa, símbolo de liberdade. Oldman vivia um de seus melhores momentos na carreira por aqueles dias. Basta lembrar que naquele período ele vivera Ludwig van Bethoven em Minha Amada Imortal (1994) e o inesquecível Drácula de Bram Stoker (1992), filme pelo qual é mais lembrado pela sua carreira. Um ator extremamente versátil, emprestou seu talento a um personagem denso como Dimmesdale.


Outras partituras de Ennio Morricone e Elmer Bernstein já tinham sido testadas para a trilha sonora, mas foi o voto de Moore que definiu a escolha de John Barry. E de fato o compositor acerta a mão em uma trilha sonora quase intermitente e que muito lembra a realizada por ele para o mega sucesso Em Algum Lugar do Passado. O tom melodramático foi garantido e este é realmente o maior ponto positivo do filme.

Em geral A Letra Escarlate não foi bem aceito pela crítica e público, e acabou se tornando um dos maiores fracassos daquele ano. Os problemas com a alteração do roteiro (tornado mais ameno) tenham feito com que ele não se tornasse um sucesso de bilheteria.

*** O filme está sendo lançado pela Classicline e já encontra-se à venda nas melhores lojas do ramo. Pode ser encontrado também na Livraria Saraiva e Livraria da Folha.

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