Os Seus, Os Meus, Os Nossos (1968)

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sasa

Helen Beardsley escreveu um livro narrando sua incrível história ao lado do marido Frank. No livro ela contava as venturas e desventuras de unir dezoito filhos, frutos de casamentos anteriores, em um novo relacionamento. Tocada pela história, Lucille Ball comprou os direitos após ver uma matéria no jornal sobre o assunto. A atriz tinha intenção de gravar imediatamente, mas problemas com a Desilu a fizeram adiar o projeto. A escolha do ator principal também acabou sendo uma dor de cabeça, e nomes como Desi Arnaz, James Stewart e Fred MacMurray foram cogitados. Vamos à história?

Frank Beardsley (Henry Fonda) é um tenente da marinha que se sente terrivelmente mal por não dar a atenção devida aos filhos. Com 10 filhos, ele decide abandonar seu trabalho para educa-los. Eles por sua vez também não ajudam, botando para correr cada uma das ajudantes que seu pai arruma. Um belo dia ele conhece Helen (Ball), uma doce enfermeira que sofre um drama parecido: ela é uma viúva e mãe de oito filhos. O romance começa a ficar sério, e eles tem que lidar com a difícil tarefa de conduzir uma família tão grande.

Os Seus, Os Meus, Os Nossos é um filme agradável, com uma Lucille em plena forma, assim como seu companheiro de cena, o grande Henry Fonda. Claro que sentirei falta de Desi Arnaz em cada um dos trabalhos que ela fez depois da separação do casal, mas Fonda consegue dar um tom e surpreender em uma comédia leve como esta. A história acaba sendo uma revisitação de algumas gags já apresentadas por Lucille em seu programa de tv, sobretudo aquela em que ela é embebedada pelos filhos de Frank. Isso por si só foi um dos motivos que levaram a produção a se arrastar durante muito tempo: os roteiristas insistiam em colocar várias piadas já apresentadas no programa, e Lucille tinha que dar um freio, afinal, não se tratava de uma edição de I Love Lucy. O roteiro no final aproveitou-se apenas de fatos gerais sobre o casal verdadeiro, mas deu um viés mais fictício do que real.

O resultado colheu resultados mistos. A crítica odiou por achar a história inconsistente, mas o público, fãs do trabalho de Lucille, correram para prestigia-la, tornando o filme um dos maiores sucessos daquele ano e o maior da United Artists. Em 2005 tivemos uma refilmagem dirigida por Raja Gosnell e que trazia Dennis Quaid e Rene Russo, mas a versão de 1968, protagonizada por Henry Fonda e Lucille Ball, continua tendo um lugar especial no coração da ruiva mais famosa da televisão.


* O filme está sendo lançado pela Obras Primas do Cinema na Coleção Dose Dupla: Lucille Ball. Pode ser adquirida em qualquer loja do ramo ou na Livraria Cultura.

A Família Verdadeira

Após a aposentadoria, Frank abriu uma padaria e era ajudado por toda a família. O casal ficou junto até a morte de Helen. Após a morte da esposa em 2000, ele casou-se novamente, falecendo em 2012. Aqui abaixo algumas fotos da família verdadeira que inspirou o filme:

A família de férias na Disney
O casal com os filhos (incluindo os dois que tiveram após o casamento

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