Homenagem aos 130 anos de Charlie Chaplin!

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Hoje, dia 16 de Abril de 2019, o mundo celebra a vida e a arte do maior mito do cinema, que foi imortalizado pela imagem e interpretação do personagem Carlitos. Como seria o cinema sem o Carlitos? Como seria o mundo sem Charles Chaplin?

O verdadeiro artista é contestador e traduz o seu tempo.Charles Chaplin foi entretenimento, mas usou o Carlitos para expressar o que desejava e precisava dizer. Carlitos foi a voz do Charles Chaplin.

“Um vagabundo, um cavalheiro, um poeta, um sonhador, um sujeito solitário, sempre esperançoso de romance e aventura.” dizia ele sobre o personagem.

Nestes tempos cruéis, confirmamos que foi um homem além do seu tempo. Ele fez rir e pensar.

Um vagabundo

Em “Vida de Cachorro”, 1918, nas entrelinhas das cenas, o roteiro mostra a repressão, abuso de autoridade, a relação entre empregador e empregado, o preconceito social e valores morais.  Fazia menos de cinco anos que ele interpretava o Carlitos, mas já mostrava o lado crítico do trabalho. Fotografias do filme ajudaram na popularização da imagem do personagem.

Um cavalheiro

No clássico “Luzes da Cidade”, 1931, Carlitos se apaixona pela florista cega, que foi interpretada pela atriz Virginia Cherrill, e faz de tudo para transformar a vida ela. Enfrenta obstáculos, se envolve em confusões hilárias, mas não perde o foco. Tudo pela amada! O destino cruzou o vagabundo com a florista. Um romance do cinema mudo.

Um poeta

A poesia (também) é um ato político, que nasce pela escrita e pelos gestos. No “Tempos Modernos”, 1936, Carlitos vivencia a exploração da indústria, as contradições do modo de produção capitalista, a crise econômica e o momento da revolução industrial. Ao lado da atriz Paulette Goddard, que interpreta uma garota pobre e órfã, ele dá voz ao povo. “Tempos Modernos” é considerado um dos maiores filmes do século XX.

Um sonhador

Em “O Imigrante”, 1917, o sonho das pessoas que abandonam a terra natal, e saem em busca de melhores condições de vida. Carlitos e a personagem da atriz Edna Purviance, viajam a bordo de um velho navio para os Estados Unidos. Uma viagem precária, arriscada e que debilita a saúde dos passageiros. Com sátira, o filme critica a maneira intolerante que os imigrantes são tratados.

Um sujeito solitário

Família independe de sangue. No inesquecível “O Garoto”, 1921,  Carlitos encontra um bebê abandonado, pois sua mãe não tinha condições de criá-lo, e descobre o amor paternal.  Com cenas dramáticas e cômicas, ele e o garoto, interpretado por Jackie Coogan, enfrentam a fome e lutam pela sobrevivência. O fim da solidão com o encontro de almas. Carlitos buscava romance e aventura, mas dava o recado.

E o recado continua…

Charles Chaplin finaliza o ciclo do personagem, mas segue com a crítica em “O Grande Ditador”, que satiriza o nazismo e fascismo.

Em “Luzes da Ribalta”, usa o cinema falado para mostrar a labuta dos artistas do tablado, a crise financeira, a dependência química, a depressão e sensação de fracasso. No filme, ele atua com a atriz Claire Bloom, e o ator Buster Keaton, que protagoniza uma cena icônica com ele.

Foram vários prêmios, um “Oscar honorário”, e mais de 80 filmes.

Vida privada

Chaplin e Oona, seu último grande amor

Chaplin teve muitos relacionamentos amorosos. Sua última esposa (e maior companheira) foi Oona, que é a mãe da maioria dos filhos que ele teve. Muitos filhos (alguns já partiram) seguem a carreira artística.

Enfim… O garoto inglês, que estreou no palco com cinco anos de idade (substituindo a mãe), e chegou nos  Estados Unidos com a trupe artística do Fred Karno, ganhou Hollywood  e virou o maior mito, lenda e ícone da sétima arte.

Ele permanece (e permanecerá) vivo (aqui) cada vez que a música “Smile” é tocada, que um pôster com sua foto é colocado na parede do quarto, que uma frase sua é escrita no convite de um casamento, que seu rosto vira objeto de decoração da casa, que uma pessoa visita o “Museu Chaplin’s World” .

Também quando uma debutante dança com um sósia do Carlitos, que um site divulga sua biografia, que um jornalista escreve sobre ele, que um artista o homenageia em cena, que seu discurso do “O Grande Ditador” é reproduzido em um evento, que o traje do Carlitos vira fantasia de festa…

E principalmente, quando seus filmes, livros e fotos são vistos e revistos. Com ele aprendemos que simplicidade toca o coração das pessoas, afinal, foi com uma bengala, chapéu coco, sapatos grandes e roupas surradas que ele conquistou todos.

Charles Chaplin é a tradução do que é o cinema.O mundo sem ele seria menos inteligente e menos feliz. Smile! Que venham mais 130 anos!

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