Os Vikings, Os Conquistadores (1958)

1935

A partir dos anos 40 a cinematografia mundial apontava para novos rumos, primando par aum realismo que tomou conta sobretudo das novas produções na Europa. Hollywood, por sua vez, permanecia uma fábrica de sonhos, e como tal, contava suas histórias fantásticas que continuavam a fascinar a tantos. E mesmo que algumas vezes trouxessem um viés absurdo de inexatidão, conseguiam como poucos entreter seu público cativo. E é assim que funciona com Os Vikings, Os Conquistadores (1958).

Inspirado no romance de Edison Marshall, foi rodado em climas desfavoráveis na Noruega e deu início a uma série de filmes sobre o tema. Kirk Douglas era o grande nome e já era um dos nomes mais queridos da época. O ator seria mais um daqueles que embora obtivessem fama e status de grande ator, jamais seria agraciado com o Oscar (recebeu posteriormente um honorário pela obra).  E de fato ele tinha tanto poder naquele momento, que veio dele a indicação de Fleischer para a direção. Richard Fleischer surge tão confortável em um gênero que o consagrou. É dele a direção de títulos como Barrabás (1961) e Conan (1984). Mas o ritmo de gravação não foi tão tranquilo: Douglas interferia de forma constante na direção de Fleischer, o que o irritou bastante. E por conta disso, nunca mais trabalharam juntos. Complementando o elenco de peso, o galã Tony Curtis, Ernest Borgnine e Janet Leigh. Borgnine, embora faça o pai de Douglas no filme, era mais jovem que o ator na vida real. Bem, isso é Hollywood. Bem, vamos à história?

O malvado com lentes e a mocinha.
O prólogo anuncia a história de um povo bárbaro, pagão e que vive seus dias a invadir, estuprar e saquear seus inimigos. O rei de Northumbria é morto durante um ataque viking liderado pelo temível Ragnar. Estuprada por Ragnar, a rainha oculta sua gravidez e entrega seu filho para ser criado junto aos padres. Passam-se 20 anos e Eric (Curtis) é um jovem de calções que se tornou escravo após ser roubado do monastério. Ele desenvolve uma rixa com seu meio irmão Einar (Douglas), e o ódio entre os irmãos aumenta com a chegada da bela Morgana (Leigh).
Bem, pode-se dizer sobre as cenas de ação realizadas em cenários reais, sobre a forma caricata como as tradições dos vikings são colocadas, sobre o belo figurino ou erros temporais (na época retratada não existia ainda bússulas), mas o fato é que o filme no final acaba se transformando em uma batalha por causa de uma mulher. Uma bela mulher, diga-se de passagem. Os irmãos e rivais se apaixonarão por Morgana, mas somente um deles ganhará seu coração e fidelidade.
Casados na vida real: Janet e Curtis (com a vestimenta que aprovamos)
Como filme de ação, Os Vikings ganha movimento em suas cenas finais, na disputa entre os dois irmãos, e embora seja imensamente previsível, não se pode dizer que não cumpra com sua função de puro entretenimento. Ponto para a Hollywood clássica.

 

** O filme está sendo lançado em DVD pela Classicline em cópia legendada e dublada. Pode ser adquirido em qualquer loja do ramo ou na Livraria da Folha.

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